Folha de S. Paulo


Dois dias após tempestade, zona oeste de SP ainda tem áreas sem energia

Parte de São Paulo ainda continua sem energia elétrica no início da noite deste sábado (22), em decorrência de uma tempestade que atingiu a capital paulista há dois dias.

O temporal, registrado na tarde de quinta-feira (20), matou uma pessoa, derrubou ao menos 154 árvores sobre a rede elétrica, alagou vias e causou transtornos no trânsito.

A região mais afetada pela falta de energia elétrica é a zona oeste da cidade, informou a Eletropaulo, companhia que administra o serviço.

A Folha apurou que, no início da noite deste sábado, ao menos cinco pontos continuavam sem luz. Uma casa na Vila Pompeia, duas ruas na Lapa e duas em Alto de Pinheiros.

A reportagem não conseguiu entrar em contato com a Eletropaulo. A última informação é a de que 90% dos problemas ocasionados pela chuva já haviam sido resolvidos e que o fornecimento de energia seria normalizado em toda a capital até o fim da tarde de hoje.

ESTRAGOS

Na rua Cardeal Arcoverde e na avenida Pedroso de Moraes, comerciantes perderam o dia de trabalho nesta sexta-feira (21). Os salões de beleza, por exemplo, estavam praticamente vazios, com manicures sentadas na porta de entrada, único lugar em que a luz natural possibilitava o atendimento.

"Simplesmente, perdi 95% do meu movimento hoje. Pessoas desmarcaram, não entraram. Só deu pra fazer serviços menores, como corte masculino e sem máquina. Trabalhamos o dia pra pagar nosso café", afirmou Edson Cardoso, dono de um dos salões do bairro.

Outros comércios fecharam mais cedo ou trabalharam no improviso, realizando atendimentos com lanterna. Na lanchonete Maçã Verde, funcionando no escuro, o prejuízo chegou a R$ 30 mil.

As proprietárias de duas lojas de ferragens, na rua Paes Leme, que foram completamente destruídas por um incêndio nesta quinta, estimam que, juntas, perderam R$ 1,6 milhão só em mercadorias. Elas dizem que o incêndio começou após um curto-circuito na fiação de um poste na rua.

"Os bombeiros demoraram mais de uma hora pra chegar. Se fossem 15 minutos talvez salvaríamos algo. E a Eletropaulo até agora [16h30] não apareceu", afirma Olga Passiano, 58.

"Estou aqui há 20 anos. Era o meu ganha pão. Quem vai pagar minhas contas?", perguntava Dora Lemos, 50.

Os estragos na cidade foram causados por um fenômeno similar às tradicionais chuvas de verão, que devem se intensificar com a chegada da estação em dezembro.

Após forte calor, a chegada de frente fria na tarde de quinta causou forte nebulosidade e formação de raios. Neste sábado (22), o dia será de tempo fechado e chuva fraca.


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