Folha de S. Paulo


Helena Malta Simonsen (1945-2016)

Mortes: Na bengala, apoiou-se para enfrentar a vida

A bengala não fez Helena Simonsen baixar a cabeça. E, mesmo com a mobilidade reduzida após enfrentar um aneurisma na perna e um acidente grave, mexia-se para lá e para cá para pôr um sorriso no rosto de todos os que estivessem a seu redor.

Era 1990 e Helena dirigia pela avenida Giovanni Gronchi, na zona sul de São Paulo, quando bateu o carro em um poste. Uma perna foi perfurada pelo motor do carro. A outra, atravessou o parabrisa. O veículo pegou fogo e ela passou semanas em coma.

Arquivo pessoal
Helena Simonsen, morreu no último dia 13, aos 71 anos
Helena Simonsen, morreu no último dia 13, aos 71 anos

Só sobreviveu porque um menino morador de uma favela próxima a tirou do veículo antes que o carro explodisse. Helena tentou encontrá-lo mais de uma vez para agradecer, mas nunca teve sequer pista de seu paradeiro.

Passou por 12 cirurgias e perdeu parte da mobilidade, o que a fez usar a bengala.

Oito anos depois, um aneurisma na perna a colocou de novo na rota da morte e reverteu muito do que Helena evoluíra em seus movimentos.

Mesmo assim, ficou de pé –"nunca reclamou da vida", diz a filha, Juliana–, sempre com um cigarro em uma das mãos, seu hábito preferido.

Era a responsável por unir a família, desde os eventos que organizava para agrupar familiares até a resolução de conflitos entre os parentes.

Morreu no último dia 13, aos 71 anos, cercada de amigos e familiares, após sofrer um acidente vascular cerebral hemorrágico decorrente de um aneurisma. Os olhos, grandes e de cor de mel, sua característica física mais marcante, foram doados. Deixa duas filhas, uma neta, irmãos, primos e sobrinhos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

-

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas


Endereço da página:

Links no texto: