Folha de S. Paulo


Jacqueline Dias Leme (1926 – 2016)

Mortes: A força e a independência de Jacqueline

Arquivo Pessoal
Jacqueline Dias Leme
Jacqueline Dias Leme (1926 – 2016)

A vontade de conhecer tudo acompanhou Jacqueline Dias Leme por toda a vida. Com o primeiro marido, conheceu prefeitos e governadores de São Paulo e até um presidente da República, Jânio Quadros. Com o segundo, conheceu o mundo –viajou à China, Rússia, e aos países escandinavos, entre outros, mesmo depois de mais velha.

A força e a resiliência são suas características mais lembradas por familiares. "Não baixou a cabeça nem quando os maridos morreram", lembra o filho Ricardo.

O primeiro cônjuge foi Aristeu Dias Leme, com quem teve quatro filhos, advogado atuante na política paulista até 1976, ano em que morreu.

Cinco anos depois casou-se de novo, desta vez com o ex-piloto da força aérea Darci da Rocha Campos, que combateu na Europa durante a Segunda Guerra Mundial.

Filha de franceses, cresceu com estrangeiros e era muito ligada à cultura da França, desde a culinária (gostava de cozinhar pratos tradicionais, como quiche) até o modo de criação dos filhos, "mais severo", recorda-se Ricardo.

Independente, como lembram seus parentes, fazia pequenas cirurgias plásticas sem avisar a família "para não amolar ninguém".

Manteve boa saúde até o fim da vida. Morreu no último dia 1º, aos 90 anos, por complicações após uma cirurgia para reparar uma lesão no fêmur. Deixa quatro filhos, netos e bisnetos.

"Não estou triste, não. Saudade não é tristeza. Saudade ainda", escreveu Aristeu, em 1945, em carta à Jacqueline, quando ainda namoravam. Hoje a saudade é, sim, tristeza, diz a filha, Marina.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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