Há seis anos, durante uma palestra motivacional, o hoje prefeito eleito de São Paulo João Doria (PSDB) explicou como convence seus empregados a conquistar objetivos.
"Eu digo sempre para o meu time nas nossas empresas: sonho. Lá, nós não temos objetivos, nós temos sonhos (...) não temos metas, temos sonhos", declarou.
O mote teve ecos ao longo da campanha eleitoral, quando o candidato não deu prazos, planos de execução ou metas para uma série de propostas feitas. A falta dessas informações dificulta a compreensão do alcance dos compromissos firmados por Doria.
Quando foi questionado, por exemplo, sobre a necessidade de ensino em tempo integral, o tucano disse apenas que implantaria em todas as escolas "onde fosse possível". Outras propostas, como construção de CEUs e abertura de novos abrigos para moradores de rua, geraram promessas também sem meta.
A falta de precisão nesses temas contrasta com as propostas de zerar filas de exames e de vagas em creches em apenas um ano, por exemplo.
Segundo a assessoria do prefeito eleito, porém, é prematuro apresentar uma previsão detalhada de todas as metas. O orçamento da prefeitura para 2017 e a situação econômica do país deverão influenciar tais decisões.