A servidora da USP Sâmia Bonfim, 27, e a advogada Janaína Lima, 32, eleitas vereadoras de São Paulo, têm algo em comum: ambas ficaram conhecidas em protestos de rua. Seus discursos e posicionamentos políticos, porém, são distintos.
Sâmia, do PSOL, é feminista, sindicalista e socialista. Já ocupou a reitoria da USP, onde se formou em letras, e hoje trabalha como servidora concursada. Participou de atos contra a alta nas tarifas do transporte e organizou protestos contra o projeto de lei de Eduardo Cunha que criava empecilhos para o abordo legal.
"Geralmente a instituição é sua inimiga. De repente me vejo lá dentro [da Câmara]. Ainda estou tentando entender", diz.
Ao contrário de Sâmia, Janaína, do Partido Novo, não se considera feminista. Ela, que diz ter gostado da eleição de João Doria (PSDB), pretende cortar gastos e levantar as bandeiras da educação e do empreendedorismo.
"Vou cortar 50% da minha verba. Mostrar que é possível fazer mais com menos, acabando com privilégios e mordomias", afirma.
MULHERES NA CÂMARA
A partir de 2017, a Casa terá 20% dos assentos ocupados por mulheres –as 5 atuais representam 9%, enquanto a população feminina na cidade é de 52,5%.
A mais votada entre as vereadoras de São Paulo foi a tucana Patrícia Bezerra, com mais de 45 mil votos. O partido do futuro prefeito, João Doria (PSDB), elegeu 3 vereadoras –todas evangélicas.
COMPOSIÇÃO DA CÂMARA PARA 2017 - Número de vereadores eleitos por partido
COMPOSIÇÃO ATUAL DA CÂMARA - Número de vereadores eleitos por partido
ELEITOS PARA A CÂMARA EM 2012 - Número de vereadores eleitos por partido