Folha de S. Paulo


Agente da Fundação Casa de Marília morre em rebelião; 18 fugiram

Um agente da Fundação Casa de Marília (a 435 quilômetros de São Paulo) foi assassinado por adolescentes durante rebelião ocorrida na madrugada desta quarta-feira (5). Ao todo, 18 internos conseguiram fugir.

O motim começou às 21 horas desta terça (4), logo após um culto. Oito pessoas, sendo três voluntários do grupo religioso que celebrou o culto e cinco agentes, foram feitas reféns.

Um dos reféns, Francisco Carlos Calixto, acabou morto pelos internos, no dia em que completava 51 anos de vida. De acordo com o delegado Valdir Tramontini, o agente foi agarrado por três adolescentes e um quarto o matou com um golpe de cabo de vassoura na garganta.

"O agente foi morto com uma brutalidade terrível", disse Tramontini. Os outros agentes reféns acabaram agredidos pelos rebelados e precisaram ser socorridos após o término da rebelião, que durou mais de três horas.

A unidade, com capacidade para abrigar até 101 jovens, atendia nas últimas semanas 110 adolescentes. Para o corregedor-geral da Fundação Casa, Jadir de Borba, a rebelião foi provocada pelos internos para dar condições de fuga.

Até as 14h desta quarta, com o auxílio do helicóptero Águia, da Polícia Militar, três tinham sido recapturados. A unidade fica às margens da rodovia Rachid Rayes, que liga Marília a Assis e ao norte do Paraná. Na fuga, os adolescentes correram para as áreas rurais que dão acesso às regiões sul e oeste da cidade.

A tropa de choque da PM foi acionada, mas não precisou entrar na unidade. A segurança interna foi retomada pelos próprios agentes.

A Fundação Casa informou que abriu sindicância para apurar o homicídio e a fuga. Para escalar o muro, que tem sete metros de altura, os 18 internos que escaparam utilizaram parte da fiação elétrica do prédio.


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