O gari Kaique Mineo Vicente de Oliveira, 25, suspeito de tentar matar uma adolescente de 12 na segunda-feira (26), após dar creme de avelã envenenado a ela, acusou o pai da garota de ser o mandante do crime, em depoimento na quarta-feira (28). A adolescente não comeu o creme e deu para as amigas, que passaram mal na última terça-feira (27). Sete jovens foram levadas para o hospital com intoxicação.
Segundo o depoimento, o pai da menina pediu para ele entregar comida para ela. Uma delas foi no dia 17 deste mês, quando o mandou dar um refrigerante envenenado. O gari levou sua namorada, amiga da vítima, e a adolescente a uma lanchonete. Lá entregou a bebida e comprou outras duas para ele e sua namorada. Assim que ela bebeu, começou a passar mal.
Depois disso, no dia 25, o pai da garota entregou os dois cremes –sendo que o destinado para a adolescente estava envenenado, com um risco na embalagem para diferenciá-lo. No depoimento, o gari alega que não sabia que tinha veneno, mas imaginava que ele tinha colocado algo para dar um susto na mãe da menina, que cobrava pensão.
Depois, porém, confessou que o pai o pediu para colocar a substância. Na casa do gari, a polícia também encontrou um pote parecendo conter veneno. Oliveira também envenenou um açaí e trufas de chocolate dadas à garota.
O gari contou ainda que não recebeu nada do pai da menina e fez isso porque acreditava que poderia ganhar sua confiança e retomar o namoro com outra filha dele. Na época, o ex-sogro não gostava dele, segundo o rapaz.
A polícia não encontrou o pai. Seu advogado foi à delegacia na quinta e disse que seu cliente se apresentará na próxima segunda-feira (3).
Segundo a Polícia Civil, a mãe da menina disse que o pai não queria mais pagar pensão e também questionava a paternidade. De acordo com a polícia, ele nunca assumiu a adolescente –ajudava financeiramente, mas parou de fazê-lo. A substância encontrada na casa do gari será encaminhada para perícia.