Folha de S. Paulo


Donald Ranvaud (1953-2016)

Mortes: Apresentou ao mundo o cinema brasileiro

Reprodução/Facebook
Donald Ranvaud
O produtor Donald Ranvaud

"Donald Ranvaud é um globe-trotter do cinema", disse uma reportagem da Folha sobre o produtor italiano.

O jornal noticiou ele havia passado uma semana escondido em um hotel no Rio de Janeiro com Cacá Diegues, bolando o próximo projeto notável do cinema brasileiro: o longa-metragem "Tieta do Agreste".

Ranvaud nasceu em Florença, em 1953. "Mas fui concebido no Brasil", dizia. Seus pais passaram anos por aqui. Foi assim que ele e seu irmão, Ronald, hoje professor do Departamento de Física da USP, desenvolveram um forte laço afetivo com o país.

Donald lecionou cinema e literatura no Reino Unido e foi jornalista antes de se dedicar integralmente a produções cinematográficas. Queria colocar filmes independente nos holofotes internacionais. Rodou os cinco continentes procurando novidades. Foi à China, Mali, Alemanha. Mas tinha um carinho especial pelo Brasil.

Quando encontrava dificuldade em obter financiamento, tirava dinheiro do bolso para filmar, o que o fez perder tudo em mais de uma ocasião. Mas foram os sucessos, e não os fracassos, que ficaram na história do cinema.

Foi Donald o responsável pela conexão de "Cidade de Deus" e "Central do Brasil" com distribuidoras que deram às produções grande destaque internacional.

"Ele era muito caloroso, conhecia todo mundo. Me abriu portas" conta o amigo, Fernando Meirelles.

Morreu aos 62, enquanto participava do Festival de Cinema de Montreal. Deixa o irmão e muitos amigos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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