Folha de S. Paulo


Para prevenir zika, Saúde aumenta regras de doação de sangue

O Ministério da Saúde e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgaram nesta terça (13) novas regras para os procedimentos de doação de sangue devido ao risco de transmissão do vírus da zika.

As medidas ampliam os critérios que devem ser observados durante a etapa de triagem de doadores de sangue. Desde dezembro de 2015, pessoas com suspeita de infecção por zika ou que tiveram o diagnóstico clínico ou laboratorial da doença são consideradas inaptas a doar sangue por 30 dias.

Agora, as regras foram ampliadas também para as pessoas que tiveram contato sexual com parceiros que tiveram sintomas e diagnóstico do vírus da zika nos três meses anteriores. Neste caso, a pessoa também se torna inapta a doar sangue por 30 dias.

Segundo o governo, a atualização foi necessária "frente a novas evidências científicas de transmissão do vírus zika por transfusão e contato sexual". A transmissão por mosquitos vetores, no entanto, ainda é considerada a principal via de infecção pelo vírus.

CHIKUNGUNYA

Além do zika, nota técnica assinada pelo ministério e pela Anvisa também traz recomendações semelhantes em relação ao vírus chikungunya. Neste caso, pessoas que tiveram o diagnóstico de infecção ficam impedidas de doar sangue por até 30 dias após a recuperação completa.

Mesmo período vale para pessoas que se deslocaram ou que procedem de regiões endêmicas, com alto número de casos da doença. Em nota, o Ministério da Saúde afirma que os serviços de hemoterapia "já estão atentos às condutas de triagem" que devem ser adotadas frente ao zika e chikungunya.

Zika e microcefalia

Segundo a pasta, doadores que apresentarem sintomas dessas infecções até 14 dias após a doação também devem informar os serviços de hemoterapia para que sejam tomadas as medidas necessárias, como recolhimento dos estoques e monitoramento dos receptores do sangue doado.

"É importante destacar que a contaminação por transfusão é muito rara, sendo que a principal forma de transmissão por zika e chikungunya continua sendo via vetor (mosquitos), com risco muito superior à via transfusional", informa. O ministério lembra ainda que "é fundamental que a população mantenha a doação de sangue, um ato que ajuda a salvar vidas."

O governo também estuda a incorporação, nos serviços de hemoterapia do país, de testes para identificação da presença do vírus da zika no sangue.

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