Folha de S. Paulo


Gilda Wanderlei Albuquerque Cavalcanti (1917-2016)

Mortes: Enfrentou a vida com coragem e otimismo

Gilda Cavalcanti tinha uma palavra favorita: "Enfrenta".

Enfrentou com coragem a morte de seu pai, vítima de uma pneumonia em 1931, quando ela tinha apenas
14 anos. Passou, então, a ajudar a mãe a cuidar dos três filhos mais novos.

Muito otimista, animava os esmorecidos nesses momentos difíceis, repetindo a célebre frase do compositor Braguinha: "A vida gosta de quem gosta dela".

Gilda nasceu no Rio de Janeiro, mas passou a infância em Volta Redonda (RJ). Mudou-se para Belo Horizonte e as paulistas Piquete, Avaré, Campinas e São Paulo para acompanhar o trabalho do marido, Walfredo, com quem se casou em 1942.

Com ele, teve três filhos. Ensinou a eles o que sabia fazer melhor: enfrentar com galhardia os problemas que, para ela, excetuando a morte, sempre teriam solução. E eles acreditavam que ela não tinha medo de nada.

José Eduardo, Gilfredo e Gláucia se divertiam com as histórias da mãe. Contam, por exemplo, da inauguração de uma das primeiras escadas rolantes em São Paulo, em 1955, na galeria Prestes Maia.

Grande parte dos transeuntes evitava utilizá-la. Diante daquele aparelho estranho, tinham medo de ficar presos e acabavam subindo pela escada lateral. Gilda achava graça. Pegava os medrosos pelo braço e dizia: "Não! Vamos por ali", e seguia rumo à grande novidade da capital.

Walfredo a deixou em 1999. Gilda morreu em casa, na última terça-feira (6), um mês antes de completar 99 anos, após uma parada respiratória. Deixa três filhos, nove netos e nove bisnetos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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