Folha de S. Paulo


Altair Schneider (1942 - 2016)

Mortes: um adeus após quatro décadas de união

Arquivo Pessoal
Altair Schneider
Altair Schneider e a mulher, Cleide

Cleide e Altair sempre iam juntos à Igreja São Rafael, no bairro do Mooca, zona leste de São Paulo. Participavam de atividades na paróquia, entre elas o "Encontro de Casais".

Nas reuniões, compartilhavam histórias, dicas, segredos dos quase 46 anos passados juntos com os pombinhos mais novos, que buscavam ter um relacionamento similar.

Contavam a história do verão que se conheceram, em 1968, quando a irmã de Cleide a apresentou a Altair, que era amigo do seu namorado, dois anos antes de trocarem alianças.

Os "segredos" do companheirismo eram variados. Como, por exemplo, o pequeno hábito de Altair de levantar um pouquinho mais cedo para fazer o café da manhã para a mulher todos os dias. Ou a paciência de Cleide com a mania do marido de discutir sozinho com a televisão: discordava de tudo que os repórteres diziam nos telejornais.

Ou como Altair conseguia ser o único corintiano em uma família de cinco palmeirenses (os três filhos dos casal puxaram o time da mãe) sem nunca iniciar uma briga sequer.

Cleide se divertia com o costume do marido de escolher na feira, toda a semana, apenas as mexericas que ainda tivessem galhos e folhas, para depois contar aos filhos (e mais tarde aos netos) que havia tirado ele mesmo a fruta de alguma árvore na redondeza.

Faziam quase tudo juntos. No último dia 24, Altair acompanhava a mulher em uma consulta médica de rotina. Quem passou mal foi ele. Encaminhado ao hospital, não resistiu a uma parada cardíaca. Deixa a mulher, três filhos e três netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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