Folha de S. Paulo


Família é encontrada morta em condomínio na Barra da Tijuca, no Rio

Quatro pessoas de uma mesma família foram encontradas mortas na manhã desta segunda-feira (29) em um condomínio de classe média alta, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio.

Segundo a Polícia Militar, Nabor Coutinho de Oliveira matou a mulher, Laís Khouri, com golpes de faca no pescoço. O corpo de Laís foi encontrado em cima da cama, no apartamento, no 18º andar.

Em seguida, ainda segundo o relato de policiais, Oliveira teria assassinado os dois filhos, de 10 e 6 anos, com golpes de marreta, para em seguida cometer o suicídio. Os corpos das crianças foram arremessados pela sacada e caíram perto da área da piscina do condomínio. Em seguida, Oliveira teria se jogado pela janela.

Titular da Divisão de Homicídios do Rio, o delegado Fábio Cardoso afirmou que a necrópsia vai dizer se as crianças foram mortas com a queda ou se sofreram golpes de marreta ainda no apartamento. A marreta e a faca foram apreendidos pelos policiais.

Uma carta foi encontrada no apartamento. Nela, o autor do texto, que supostamente seria Oliveira, expõe os motivos de sua conduta, tendo como principal justificativa a falta de recursos para o sustento da família.

"A carta foi apreendida e será analisada para saber se foi escrita por ele [Oliveira]. Inclusive será mostrada para parentes dele, que vêm de Belo Horizonte. A carta trata de problemas profissionais e não necessariamente financeiros", disse o delegado Cardoso.

O policial disse à Folha que Oliveira era executivo de uma grande empresa e recentemente mudou de emprego, mas a mudança não teria sido bem sucedida. No entanto, o delegado sustenta que não há elementos para afirmar que o problema profissional tenha afetado as finanças da família. "O aluguel e a taxa de condomínio estavam em dia", afirmou.

Segundo o delegado, um exame grafotécnico será feito na carta por peritos do Instituto Carlos Éboli para verificar sua autenticidade. O policial adiantou que colegas das duas empresas onde Oliveira trabalhou poderão ser ouvidos.

"Vamos fazer primeiro os depoimentos dos familiares, que estão vindo de Belo Horizonte. O casal era de Minas Gerais e eles só tinham um parente distante no Rio. Depois vamos ouvir funcionários do prédio e os vizinhos. As pessoas da empresa também poderão ser chamados para dar esclarecimentos", afirmou.

De acordo com vizinhos, a família era reservada e não costumava brigar. O delegado também disse que pode assegurar que Oliveira não tinha envolvimento com drogas. Conforme o policial, apenas a família estava no apartamento no momento das mortes, e a porta do imóvel precisou ser arrombada pelos bombeiros, os primeiros a chegar ao local.

Wilton Santos, porteiro do prédio há 14 anos, disse que ficou chocado com as mortes. Ele disse que Oliveira era uma pessoa tranquila, mas que nos últimos dias parecia estar preocupado. "Ele não sorria mais, mesmo assim sempre dava bom dia e pegava o ônibus do condomínio para trabalhar. A mulher dele não trabalhava e levava os filhos para a escola", disse Santos.


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