Folha de S. Paulo


Morador usa aplicativo para cobrar melhorias em bairro do centro

Marcus Leoni/Folhapress
Aplicativo desenvolvido tem como objetivo denunciar problemas do bairro
Aplicativo desenvolvido tem como objetivo denunciar problemas do bairro

Há três meses, os moradores e trabalhadores do bairro dos Campos Elíseos, na região central de São Paulo, têm uma opção à mão, literalmente, para cobrar por serviços de cuidado com o local.

Disponível para celulares com sistemas Android e iOS, e também em versão web, o aplicativo Campos Elíseos +gentil permite que os usuários reportem problemas ligados à conservação, manutenção e limpeza da região.

A iniciativa partiu da empresa Porto Seguro, que tem cerca de 20 prédios no bairro e, por meio de seu instituto, criou uma associação de moradores e comerciantes.

Paulo Gomes/Folhapress
Veículo abandonado no acesso ao Minhocão, na altura da avenida São João com a rua Helvétia
Veículo abandonado no acesso ao Minhocão, na altura da avenida São João com a rua Helvétia

Quem percorre as ruas da região se depara com lixo espalhado, semáforos inoperantes, árvores sem poda e até veículos abandonados.

"O objetivo é melhorar o bairro, torná-lo mais limpo e funcional", diz Mirian Mesquita, gerente de responsabilidade social e ambiental do Instituto Porto Seguro.

Após o problema ser reportado, uma equipe de voluntários aciona a Subprefeitura da Sé, responsável pela região, que executa o serviço. De acordo com Mirian, a maior demanda é por limpeza. A resolução costuma ser rápida —entre 24 h e 48 h, em média. Dos 614 alertas feitos no primeiro semestre deste ano, 73% foram solucionados, segundo a associação.

Morador da alameda Barão de Limeira, o analista financeiro Eduardo Lima, 33, é um dos entusiastas da ação. "O que me motivou foi a chance de mudar o bairro, que tem um valor histórico, e está sendo degradado a cada dia", diz.

Para Lima, os cuidados com o local não são de responsabilidade exclusiva do poder público. "Temos que querer mudar o espaço pela mão do morador", diz.

A iniciativa, porém, não pretende abordar outras questões da região. "A gente não consegue mudar a cracolândia. Mas consegue mudar alguma coisa", afirma Lima.


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