Folha de S. Paulo


Lydia Maria Palmyra Lomonaco Bianco (1926-2016)

Mortes: Uma mãe apaixonada por crochê e jogos de tênis

Arquivo pessoal
Lydia Maria Palmyra Lomonaco Bianco (1926-2016)
Lydia Maria Palmyra Lomonaco Bianco (1926-2016)

Lydia não tinha vestido ou sapatos para a festa de casamento de dois colegas. Com 18 anos, ela nem tinha um convite, mas gostava de dançar, e decidiu aproveitar a desistência da irmã, a verdadeira convidada. Pegou roupa emprestada e foi para a festa.

A jovem, que havia aprendido a dançar com um tio, dois anos antes, durante uma viagem ao Rio, foi à festa por causa dos passinhos e rodopios na pista de dança, mas acabou encontrando também Antônio Luiz, seu "primeiro e único homem" -frase que ela repetiu até o final da vida.

O namoro dos dois durou seis anos, o casamento, quase 30, até a morte dele, em 1989. Sempre calma e carinhosa, Lydia conseguia amenizar o jeito tempestuoso do marido. Costumava dizer que estava tudo bem e soltava um "paciência" quando as coisas davam errado. Tinha momentos de irritação, desentendimentos, mas duravam pouco.

Dividia com o marido o gosto por esportes, em especial, pelo tênis. Praticou por 30 anos, até sofrer uma fraturar no fêmur, em 1989. Ficou mais caseira com a contusão e os jogos passaram a ser acompanhados apenas pela TV.

O crochê era outra paixão de Lydia. Fazia casaquinhos e mantinhas para familiares, amigos e até desconhecidos. Era encontrar uma grávida na rua para prometer uma peça para o enxoval. Promessa que ela sempre cumpria.

Gostava muito de animais, tendo a poodle Chérie como uma grande companheira.

Completou 90 anos em março, já internada devido a um câncer de mama. Morreu dia 2, deixando dois filhos, quatro netos, três bisnetos, sobrinhos e sobrinhos-netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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