Folha de S. Paulo


A vida de luxo de traficante brasileiro em prisão 'cinco estrelas' no Paraguai

A polícia paraguaia descobriu aposentos de luxo ao fazer buscas na cela de um chefe brasileiro do tráfico de drogas. A cela, de três cômodos, contava com sala de reuniões, TV de plasma, biblioteca e cozinha.

O espaço na Penitenciária de Tacambu, em Assunção, era ocupado por Jarvis Chimenes Pavão, tido como chefe do tráfico de drogas na região da Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.

A polícia suspeitava que Pavão planejava fugir explodindo um muro da prisão. Pavão cumpre pena de oito anos de prisão no Paraguai por tráfico de drogas. Já havia sido condenado no Brasil a 17 anos de cadeia por lavagem de dinheiro, mas fugiu para o país vizinho, onde foi detido em 2009.

Suspeita-se que Pavão tenha sido o mandante da morte do traficante paraguaio Jorge Rafaat Toumani, assassinado em uma emboscada em junho em Pedro Juan Caballero, cidade na fronteira com o Brasil.

O brasileiro foi transferido para uma unidade de segurança máxima, segundo autoridades paraguaias, que agora investigam como o brasileiro teve acesso às instalações privilegiadas.

Detentos da Penitenciária de Tacumbu afirmaram à agência de notícias AFP que quem quisesse ficar na "suíte" de luxo teria que pagar a Pavão uma entrada de US$ 5.000 e um aluguel semanal de US$ 600.

O luxo da cela contrasta com as condições precárias impostas ao restante dos presos no local. Muitos não contam com lugar para dormir e se amontoam em corredores do presídio.

Advogados do traficante brasileiro dizem que ele ajudava economicamente detentos sem condições financeiras. "Era um dos homens mais admirados nesta prisão", disse o detento Antonio González à AFP.

A cela também tinha ar-condicionado, móveis cômodos, um banheiro privativo e uma coleção de DVDs. Entre os vídeos havia uma série de TV sobre a vida do chefe do tráfico colombiano Pablo Escobar (1949-1993).
Escobar teve autorização para projetar sua própria prisão, como condição acertada com o governo da Colômbia para se entregar à Justiça.


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