Folha de S. Paulo


Polícia prende suspeito de atacar pessoas com seringa em São Paulo

Divulgação
O 78º DP investiga por meio de inquérito um homem acusado de causar de lesão corporal e periclitação contra a vida com o uso de uma agulha. A Polícia Civil está em contato com o hospital Emílio Ribas para obter informações de eventuais novas ocorrências. É importante que qualquer pessoa que seja vítima dessa prática registre boletim de ocorrência.
Retrato falado de homem acusado de atacar pessoas com seringa em São Paulo

A polícia prendeu neste sábado (30) um suspeito de atacar pessoas com seringa na região da avenida Paulista, em São Paulo. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, uma seringa foi encontrada no bolso do homem no momento da prisão.

A Polícia Civil solicitou à Justiça a prisão temporária do suspeito, que já havia sido detido e liberado na semana passada. Ele foi levado no sábado à carceragem do 77º DP (Santa Cecília).

Ao longo desta semana, vítimas do crime serão chamadas para fazer o reconhecimento do suspeito. Na semana passada, a polícia divulgou o retrato falado de um homem acusado de atacar pessoas com seringas.

Em junho, uma médica peruana registrou queixa por lesão corporal e relatou ter sido atacada por um desconhecido e perfurada por uma agulha na região da avenida Paulista. Ela afirmou ter visto outra mulher sendo atacada.

O 78ºDP (Jardins) abriu um inquérito para apurar os casos. A Secretaria de Segurança informou que a polícia mantém contato com o hospital Emílio Ribas, que atende casos de infecções, para obter informações de eventuais novas ocorrências.

ATAQUES

À época, a médica, que não quis se identificar, relatou à Folha que caminhava pela rua Pamplona, na altura do shopping Cidade São Paulo, quando sentiu uma pressão nas costas. "Parecia a ponta de uma caneta", disse.

A médica afirmou que achou ser algum conhecido que tentava chamar sua atenção. "Passou na minha frente um homem alto, magro, moreno, de moletom verde com listras brancas", afirmou na ocasião, sem ter visto o que ele segurava.

Um pouco à frente, na esquina com a avenida Paulista, a mulher contou que viu o homem perfurando outra mulher, e, ao parar para ajudar, viu que também tinha sido atingida pela agulha.

A médica foi atendida no instituto Emílio Ribas e recebeu a PEP (Profilaxia pós-exposição), coquetel de medicamentos que reduzem as chances de infecção por HIV. Em outro hospital, ela fez testes para HIV, sífilis, hepatite B e hepatite C.

Os resultados preliminares de HIV e sífilis deram negativos, mas a médica ressalta que os exames mostram que ela não tinha as doenças antes de ser perfurada, e que é preciso fazer novas análises periodicamente.

RISCO BAIXO

"As chances de acontecer uma infecção por furada de agulha são muito baixas. Mas, de qualquer maneira, tem que tomar essas medidas de prevenção", diz a médica. Ela relata que não sentiu qualquer fluido na agulha. "Não senti nenhuma substância sendo injetada na minha pele, até porque não daria tempo. Acredito que foi só a furada", afirma.

O Instituto Emilio Ribas disse, em nota, que "casos como esse são raros" e que "os riscos de transmissão de doenças infecciosas são considerados mínimos, não havendo necessidade de pânico para a população".

O hospital recomenda que, caso alguém seja atingido, "mantenha a calma, lave o ferimento com água e sabão, não use álcool ou solução que machuque a pele e procure um serviço de saúde para avaliação".

" Importante salientar que existe disponível na rede pública de saúde a PEP (Profilaxia Pós-Exposição), medicação que previne a transmissão do vírus HIV, caso seja tomada no máximo até 72 horas após uma situação de exposição. A PEP está disponível nas unidades de emergência ou de atendimento especializado em DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis)", diz a nota do instituto.


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