Folha de S. Paulo


Pesquisa científica na USP causa mau cheiro em Pinheiros

Um experimento científico conduzido pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) causa mau cheiro em torno da rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros (zona oeste), e incomoda vizinhos e pedestres.

Desde o dia 13, três porcos mortos foram colocados em tendas próximas à calçada, para estudar os insetos que participam da decomposição de cadáveres em ambientes urbanos. Eles poderão ajudar a determinar como foram as mortes.

A previsão é que o estudo dure pelo menos um mês e que o mau cheiro diminua. Segundo a doutoranda Maria Luiza Cavallari, autora da pesquisa, o experimento não oferece risco à saúde e os animais não sofreram.

As promotoras de vendas Mayara Luchezi, 22 anos, e Camila de Oliveira, 27 anos, trabalham durante o período da tarde na esquina da avenida Doutor Arnaldo com a Teodoro Sampaio e tiveram que suportar o mau odor. "É um cheiro muito forte. Pensei que fosse esgoto aberto", diz Camila. "Mesmo resfriada eu consegui sentir", completa Mayara.

O objetivo da pesquisa é estudar os insetos que participam da decomposição de cadávares em ambientes urbanos –por isso os animais foram colocados tão próximos a uma avenida. Foram injetadas, nos porcos, substâncias encontradas em medicamentos de uso controlado, que em excesso podem levar à morte. Ao fim do experimento, o resultado nas análises dos insetos poderá ajudar a determinar quando, onde e em quais condições deram-se as mortes.

Segundo a pesquisadora Maria Luiza Cavallari, o ápice do mau cheiro é exatamente agora e tende a melhorar. "A demora na decomposição se dá pelo tempo frio e seco", diz. O experimento não oferece risco à saúde dos pedestres que passam pelo local, afirmou. Todos os insetos atraídos, como vespas e formigas, são naturais daquela área e só se alimentam de carcaça.

"Desde 2008 esse tipo de experimento é realizado no local só que, desta vez, a quantidade de animais foi maior, o que intensificou o odor", afirma Maria Luiza.


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