Folha de S. Paulo


Direito à liberdade será tema de festa da cultura negra em São Paulo

Organizada pela Faculdade Zumbi dos Palmares, a quarta edição da FlinkSampa - Festa do Conhecimento, Literatura e Cultura Negra terá como tema central neste ano o direito à liberdade.

Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, será um dos nomes da mesa de abertura do evento, que homenageará o advogado abolicionista negro Luiz Gama (1830-1882). Também jornalista e poeta, Gama atuou em diversos processos para libertação de escravos.

Erbs Jr. - 20.nov.2014/Frame/Folhapress
RIO DE JANEIRO, RJ - 20.11.2014: CONSCIÊNCIA NEGRA/RIO - Busto de Zumbi dos Palmares é tomado por integrantes do movimento negro e de religiões de origem africana nesta quinta-feira (20), na avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio. O rito faz parte das comemorações do Dia da Consciência Negra, celebrado hoje em alguns Estados e cidades do Brasil.
Comemoração do Dia da Consciência Negra no Rio de Janeiro, em frente ao busto de Zumbi

O lançamento da FlinkSampa será nesta terça (2). Gratuito, o evento ocorre em 18 e 19 de novembro no Memorial da América Latina, em SP.

A professora da Unifesp Ligia Ferreira, doutora em letras pela Universidade de Paris 3 - Sorbonne com tese sobre Gama, também participará da abertura da FlinkSampa, em novembro. O debate terá a mediação de Maria Helena Machado, especialista em história social da escravidão, abolição e pós-emancipação e professora da USP.

"É impressionante que ainda hoje, no século 21, os negros ainda não tenham pleno direito à liberdade, por vezes, de expressar suas ideias, de circular em todos os espaços, trabalhar e ter lazer", afirma a curadora da programação, Guiomar de Grammont.

Entre as atrações já confirmadas para a edição deste ano está o professor e escritor Kangni Alem, do Togo. Radicado na França, ele aborda a saga de escravos que retornaram a seus lugares de origem.

Outra presença certa no evento é a escritora Ana Paula Maia, autora do romance "De Gado e de Homens" (editora Record). Para a curadora da programação, sua obra mostra como "a ausência de liberdade pode ser percebida também na aspereza na vida dos homens embrutecidos pelo trabalho cotidiano".

Temas atuais, como o movimento americano Black Lives Matter (vidas negras importam), estarão na pauta. "Mas também teremos conversas profundas sobre literatura. Acredito no seu poder revolucionário", diz Guiomar.


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