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Após sol e tempo seco, SP terá queda de temperatura até sexta

Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
Tempo seco cria faixa acinzentada em São Paulo
Tempo seco cria faixa acinzentada no céu de São Paulo

Nos últimos quatro dias, os paulistanos puderam esquecer um pouco do inverno com a elevação das temperaturas acima da média durante a tarde. Contudo, a passagem de uma frente fria nesta quarta-feira (27) no Estado provoca rajadas de ventos e declínio das temperaturas máximas até o final do mês.

Afastada do oceano Atlântico, a frente fria passará pelo litoral de São Paulo e vem acompanhada de uma massa de ar polar, que será responsável pelo aumento da nebulosidade e queda das temperaturas, mas com baixa possibilidade de chuva.

Desde sábado (23), as temperaturas máximas estão, em média, cerca de 3°C a 4°C acima do previsto para julho (22,6°C). Na tarde desta terça, São Paulo registrou 27°C. Porém, os meteorologistas afirmam que essa elevação deve acabar nesta quarta, quando a previsão é de 24°C. Depois, a tendência é que a temperatura máxima não fique acima dos 20°C.

"As temperaturas mínimas ficaram dentro do esperado nos últimos dias e as máximas se elevaram bastante. Mas, com a passagem da frente fria, as temperaturas devem cair ao longo de todo o dia. Não será um frio duradouro e a frente deve amenizar a questão da umidade do ar, que deve se elevar", disse o meteorologista Adilson Nazário, do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura.

As temperaturas mínimas não ficarão tão baixas como as registradas entre os dias 17 e 22 de julho. A previsão é de 10°C, segundo os meteorologistas, para esta quinta e sexta, e a, máxima, não deve ultrapassar os 18°C. Nazário afirma que a temperatura mínima nas madrugadas tem ficado dentro da média para julho -que é de 12,6°C.

A previsão para a reta final de julho, segundo Nazário, é de tempo seco, baixa umidade relativa do ar e surgimento de névoa seca na cidade. Com isso, São Paulo ganha um aspecto acinzentado no céu devido à condensação de vapor de água, associado com a poeira, fumaça e outros poluentes. É isso que os meteorologistas chamam de névoa seca, comum nos dias frios de inverno.

O índice de umidade do ar deve ficar entre 30% e 40% nesta quarta, segundo o meteorologista. A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera estado de atenção quando os níveis estão entre 20% e 30%. Entre 12% e 20%, a organização considera estado de alerta. Já índices inferiores a 12% são tidos como estado de emergência sanitária.

Esse tempo seco é em decorrência de um sistema de alta pressão atmosférica que está sobre a região central do país, impedindo a formação de nuvens carregadas e a chegada de frentes frias. O movimento do ar de cima para baixo, segundo o meteorologista, traz um ar mais seco para a superfície, o que favorece a ocorrência de inversões térmicas.

Tempo - Previsão para os próximos dias em São Paulo

SEM CHUVA

A passagem dessa frente fria acompanhada de uma massa de ar polar nos últimos dias de julho não trará chuva para São Paulo. "A probabilidade de chuvas significativas para a capital paulista é muito baixa quando da passagem do sistema frontal. Na retaguarda dele, ingressa o ar frio de origem polar que vai trazer o frio", disse Nazário.

Apesar disso, diz Nazário, não se descarta a ocorrência de rajadas de vento, sem uma região preferencial, que podem superar os 50 km/h. O meteorologista lembra ainda que julho é um mês que não chove muito. Contudo, o acumulado do mês está bem abaixo do esperado.

Até agora, o CGE registrou apenas 6,6 mm de chuva, muito abaixo do esperado para o mês (48,5 mm) na capital paulista. Os meses de junho e maio foram mais chuvosos com acúmulo de 170,8 mm (esperado era 52,4 mm) e 100,6 mm (esperado era 52,4 mm), respectivamente.

Essa falta de chuva também reflete no armazenamento dos principais reservatórios da região metropolitana de São Paulo. No sistema Cantareira, o principal sistema da região metropolitana, o nível do reservatório tem registrado queda. O sistema opera com 59% da capacidade após recuo de 0,1 ponto percentual em relação a medição anterior, de acordo com balanço da Sabesp divulgado nesta quarta.

Rubens Fernando Alencar e Pilker/Folhapress


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