Folha de S. Paulo


Hosmilda Loureiro Ferreira da Silva Montoro (1921-2016)

Mortes: Após ficar em coma, acordou pedindo guaraná

Dona Mida estava deitada na cama de um hospital havia três meses. O coma era resultado de uma complicação após uma cirurgia e até levou os familiares a fazerem preparativos para o enterro. Em uma visita ao seu quarto, porém, as filhas ouviram: "Olá, alguém tem um guaraná?".

Foi assim, com toda sua tranquilidade, que Hosmilda Loureiro Ferreira da Silva Montoro voltou de seu longo sono. Assustou, surpreendeu e alegrou a todos. Viveu mais 20 anos, podendo reunir a família inúmeras vezes, conhecendo os quatro bisnetos.

Nascida em Santos, litoral paulista, Mida pertencia a uma família abastada, ligada ao cultivo e à exportação do café. Era bastante ativa, independente e até um pouco pioneira. Adorava sair pilotando seu jipe, sozinha ou com filhos ainda pequenos, numa época em que as mulheres não costumavam nem dirigir.

Na década de 1950, teve sua vida mudada por uma crise nos negócios. A família teve que vender praticamente tudo. Ao mesmo tempo, Mida ainda experimentava outro pioneirismo: o divórcio.

O término do relacionamento com Romeu a deixou um pouco triste, mais reclusa. Foi o crescimento dos filhos e a chegada dos netos que a animou de novo.

Doce e tranquila, Mida não era de dar broncas ou entrar em brigas. Também não sabia cozinhar grandes pratos, mas não deixava de fazer mingau, bolinho de chuva e bolo de chocolate para os netos, pelo menos até perder as forças.

Morreu no dia 16, aos 95 anos, em decorrência de uma pneumonia. Deixa quatro filhos, um genro, uma nora, seis netos e quatro bisnetos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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