Folha de S. Paulo


Elza Gava (1925-2016)

Mortes: Uma mãe brincalhona, trabalhadora e sensitiva

Preguiça ou cansaço não paravam Elza Gava. Dividia seu dia entre as lojas do marido, seu negócio de culinária, a casa e os filhos. E ainda encontrava tempo para bailes, pinturas e bordados.

Filha de um maestro e uma costureira, ela se casou cedo, deixando a casa dos pais aos 18 anos. Lembrava até recentemente da primeira vez em que viu o marido, Moacyr, em um clube de dança de salão. "Já sabia que era o homem da minha vida", brincava ela.

Os filhos não demoraram a vir, mas isso não a impediu de trabalhar. A loja da família virou seis, vendendo de tudo. Televisores eram a sensação na década de 1950, recordava.

Mas Elza também tinha uma paixão particular: a culinária. Fez cursos, vendeu pratos por encomenda, deu aulas e teve seu próprio bufê. Fazia bolos de vários andares e montava mesas luxuosas.

Aposentou-se nos anos 90, quando se mudou para o interior com o marido. Juntos, passaram a se dedicar ao Lions Clube, organizando festas e eventos beneficentes. Eram presença garantida nas pistas de dança -ela com modelitos sofisticados e o colar de pérolas que saia do cofre apenas em ocasiões especiais.

Era engraçada, brincalhona e não desgrudava da família, acompanhando tudo até por aplicativos de celular.

Ficou viúva no começo dos anos 2000, mas não antes de fazer um festão pelos 60 anos da união. Sensitiva, dizia na época que poderia ser a última, assim como fez com a comemoração dos seus 90 anos.

Morreu dia 13, aos 90, após uma pneumonia. Deixa dois filhos, dez netos, 12 bisnetos, uma trineta, irmã, cunhado, sobrinhos e sobrinhos-netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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