Folha de S. Paulo


Adolescente morre após ser baleado na cabeça em comunidade do Rio

O adolescente Jhonata Dalber Matos Alves, 16, morreu após ser baleado na cabeça na noite de quinta-feira (30) no morro do Borel, na zona norte do Rio. Morador da Usina, também na zona norte, ele saía da casa de tios quando foi atingido.

O jovem chegou a ser levado para o Hospital do Andaraí, mas não resistiu. Vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento em que policiais colocam a vítima em uma viatura, sob protestos dos moradores, que chegaram a interditar duas ruas próximas em protesto.

O comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Borel diz que houve tiroteio na localidade conhecida como Curva do Horácio, no Borel, depois que policiais abordaram uma moto com dois homens. De acordo com os policiais, um dos ocupantes da moto estava armado e atirou contra a equipe.

"Em seguida, suspeitos em um beco próximo ao local, também armados, iniciaram um confronto com os agentes", disse, em nota, a UPP.

Em entrevista no Instituto Médico Legal (IML), o avô do jovem, Antônio Trigo Alves, contestou a versão da polícia. "Não houve confronto, é mentira deles", disse. Segundo ele, Jhonata foi à casa dos tios para buscar saquinhos de pipoca para a festa de aniversário do irmão, nesta sexta (1).

O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios. A Polícia Civil diz que realizou perícia no local e que "um amplo e minucioso" trabalho de investigação foi iniciado para apurar as circunstâncias do crime.

SÃO PAULO

Pelo menos três jovens foram mortos após abordagens de PMs ou guardas-civis só na última semana na capital paulista.

Na segunda-feira (28), o universitário Julio César Alves Espinosa, 24, foi morto com um tiro na cabeça após perseguição policial na zona leste da capital paulista, envolvendo PMs e guardas-civis de São Caetano do Sul (Grande SP). O carro dele foi atingido por 16 tiros –nove partiram dos policiais. Ele chegou a ser levado ao Hospital Estadual da Vila Alpina, onde tinha estado considerado grave, mas não resistiu.

Na noite de sábado (25), o menino Waldik Gabriel Silva Chagas, 11, foi morto por um guarda municipal, na região de Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo. Dois motociclistas disseram para eles que tinham sido roubados por dois homens que estavam em um Chevette prata.

Os guardas localizaram o carro e começaram a perseguição. Segundo a polícia, os ocupantes do veículo efetuaram disparos contra os guardas, que revidaram. Um dos tiros atingiu a nuca do menino Waldik, que estava no banco de trás do carro. Na rua Regresso Feliz, os criminosos abandonaram o carro, com o garoto ferido, e fugiram a pé. Waldik foi levado ao Hospital Tiradentes, mas já chegou morto.

Na mesma região, o adolescente Robert Pedro da Silva Rosa, 15, foi morto em um suposto confronto com policiais militares, na noite da última sexta (24). Robert foi baleado após perseguição e troca de tiros com PMs da Força Tática. Ele era suspeito de ter roubado, momentos antes, um carro, de acordo com registros oficiais.

Em 2 de junho, o menino Italo, de dez anos, foi morto a tiros por policiais militares durante uma perseguição na zona sul de São Paulo. Italo e mais um colega de 11 anos haviam furtado um carro em um condomínio da região e passaram a ser perseguidos.


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