Era começo dos anos 40, e Fernando Holz Junior se preparava para embarcar para a Itália. Com o primo e vários outros jovens, seguiria para lutar na Segunda Guerra Mundial. Com tudo já pronto, porém, veio a ordem para não entrar no navio e seguir para o Palácio do Catete. Tinha entrado para a guarda pessoal do então presidente Getúlio Vargas.
Catarinense de Joinville, Fernando foi para o Rio pouco antes da convocação, devido ao serviço militar. Acabou não indo à guerra, mas fez carreira na corporação. Não apenas como guarda de Vargas, mas também jogando e treinando vôlei, futebol e luta no Exército, além de ter sido campeão nacional de tiro.
Em 1947, porém, decidiu mudar de vida. Casou-se com Lavínia, sua grande companheira, mudou-se para o interior paulista e virou comerciante. Nunca mais parou de trabalhar -nem férias gostava de tirar. Eram apenas alguns dias de descanso no sítio da família. Vendeu eletroeletrônicos, carros, imóveis. Seguiu a rotina de trabalho até depois dos 90 anos.
Era irrequieto até nos momentos de lazer. Mantinha um criadouro de abelhas e de vacas leiteiras no seu sítio em Itu (a 101 km de SP). Praticava esportes, torcia para o Palmeiras, arriscava na produção de queijo. Também lia muito.
Era sério, calmo e simples. Vestia roupas velhas e nunca usava celular. No sítio da família, usava forno a lenha e lampião e nunca deixou que tivessem TV ou telefone.
Nem plano de saúde tinha. Preferia "deixar com Deus."
Morreu no dia 23, aos 93, após falência de múltiplos órgãos. Deixa a mulher, o filho, três netos e três bisnetos.
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