Folha de S. Paulo


Bala que matou menino de 10 anos saiu de arma de PM de moto, diz laudo

A perícia que apura o contexto da morte do menino Italo, 10, morto após furtar um carro e ser perseguido pela Polícia Militar, concluiu que a bala que matou a criança saiu da arma usada por um policial da Rocam, tropa de motos da PM.

O resultado do laudo do exame balístico foi confirmado pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo nesta terça-feira (14).

Os policiais envolvidos na ocorrência cumprem desde segunda (13) expediente administrativo diário na Corregedoria da PM. Os policiais se apresentarão de segunda a sexta-feira na sede do órgão, na Luz (região central), onde ficarão em uma sala fardados, mas desarmados e sem os celulares, das 9h às 18h, constantemente filmados.

Oficialmente, a medida não é considerada um tipo de detenção. Oficiais da Corregedoria apontam que se trata apenas de uma medida cautelar para evitar vazamentos de informações e deixar os policiais de prontidão para prestarem novos esclarecimentos, inclusive da Polícia Civil.

O advogado dos PMs, Marcos Manteiga, chama a medida de "abuso de autoridade" da Corregedoria, e diz que os policiais podem até mesmo ter suas conversas grampeadas.

Desde o ocorrido, os dois policiais da Rocam que afirmam terem atirado em direção ao carro já estavam longe das ruas. Na semana seguinte, os outros PMs, que ficaram com a criança sobrevivente, de 11 anos, também foram deslocados para a área administrativa.

PROGRAMA DE PROTEÇÃO

O Condepe (Conselho Estadual de Direitos Humanos) afirmou nesta terça-feira (14) que vai entrar com pedido para que o menino de 11 anos, que sobreviveu à perseguição, entre, junto de sua família, no PPCAAM (Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte).

O Condepe disse que vai solicitar ainda hoje as gravações de toda a conversa do Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) para saber de que "forma foi conduzida a ocorrência na noite dos fatos".


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