Folha de S. Paulo


Luiz Carlos Medeiros da Rocha Paes (1943-2016)

Mortes: Muita genialidade com uma pitada de esquisitice

Arquivo pessoal
Luiz Carlos Medeiros da Rocha Paes (1943-2016)
Luiz Carlos Medeiros da Rocha Paes (1943-2016)

A genialidade de Luiz Carlos Medeiros da Rocha Paes era indiscutível. Foram seis faculdades, uma passagem por Stanford, o título de PhD, livros publicados. Não se apertava ao falar sobre a vida de Henrique 3º, sobre partículas do átomo ou sobre teorias de Einstein ou Freud.

Mas as esquisitices também estavam presentes em sua personalidade. Esquecia do próprio aniversário, alimentava paixões platônicas, não gostava de beijos e abraços nem tinha paciência para conversas corriqueiras.

Filho de fazendeiro, Luiz Carlos passou a infância entre a Bahia e o Paraná. Já a adolescência foi vivida em Avaré (a 267 km de São Paulo), até ele se mudar para a capital paulista para estudar.

Apesar das pequenas esculturas de barro e dos desenhos perfeitos que fazia quando pequeno, ele acabou estudando engenharia, administração e, depois, direito.

Atuou, principalmente, como consultor, mas também deu aulas na PUC-RJ e na USP. Nas horas vagas, ouvia música erudita e reunia seus melhores amigos: os livros.

Apesar do pouco traquejo com os adultos, era adorado pelos jovens. Os sobrinhos lembravam de tê-lo como um ídolo. Da festa que era buscá-lo no aeroporto quando ele vivia nos EUA, dos passeios no Puma amarelo limão, dos incentivos para que estudassem e não fossem "simplórios".

Nos último anos, ficou mais recluso, mas ainda sonhava em trabalhar no FMI e ganhar um Prêmio Nobel. Morreu dia 5, dois dias antes de fazer 73 anos, devido a um câncer. Deixa seis irmãos, 16 sobrinhos, oito sobrinhos-netos, além dos primos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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