Folha de S. Paulo


Paulistano faz estoque de vinho e lenha à espera de 2°C neste domingo

O paulistano enfrentou na manhã de sexta-feira (10) o frio mais intenso deste e dos últimos 22 anos, com a mínima de 5,5ºC. Mas cobertas e casacos devem seguir de prontidão para os próximos dias.

O clima congelante não vai dar trégua e, neste sábado, os termômetros devem bater 4ºC. No domingo, a mínima chega a 2ºC, diz o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

O frio mais intenso para um mês de junho foi registrada em 1994, segundo a série histórica oficial da cidade, da estação meteorológica do Inmet no Mirante de Santana, zona norte. Fez 1,2°C no dia 26 de junho daquele ano.

Mas o recorde gelado na cidade é mais antigo. Em 31 de julho de 1955, a estação registrou -2,1ºC. "Não há chances de chegar a isso nos próximos dias", explica o meteorologista Franco Villela, do Inmet.
Mas temperatura mais amena só deve chegar a partir de terça-feira, diz Villela.

A médica Sonia Kronemberger, 61, aproveitou o solzinho da tarde de sexta para tentar espantar uma pneumonia que contraiu na última semana. "Em casa fica até mais gelado", diz. "Na rua a gente adota o sistema cebola, com várias camadas de roupa", brinca ela, na praça Vaz Guaçu, também conhecida como o Mirante de Santana.

Morador do Jardim Tremembé, bairro gelado da região norte no pé da serra da Cantareira, o empresário Augusto Lopes, 46, abasteceu-se de garrafas de vinho e de lenha para lareira, para aquecer o fim de semana. "O frio está de matar, pelo menos a gente tenta se divertir", disse ele.

Dono de uma mercearia na região, o comerciante José Costa, 64, diz que nesta semana vendeu 50 sacos de lenha. Mesmo em dias de frio a média não passa de 30.

"Vem frio forte e o pessoal está estocando lenha", diz. "Nos últimos dois anos não teve muito frio, muita gente estava com saudade."

Apesar da medida oficial da cidade indicar 5,5°C na sexta, outra regiões tiveram temperaturas mais baixas. A menor foi de 2,4°C, em Parelheiros, zona sul, registrada por uma das estações do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da prefeitura.

No Rio de Janeiro, a madrugada de sexta também foi a mais fria do ano. No Alto da Boa Vista, um dos pontos mais altos da cidade, o termômetro chegou a 11,3°C.

Colaborou Rio


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