Folha de S. Paulo


Trens retomam circulação na linha 11-coral após falhas em duas composições

Twitter/Diário da CPTM
Passageiros caminham pelos trilhos após pane em trem na linha 11-coral da CPTM
Passageiros caminham pelos trilhos após pane em trem da linha 11-coral da CPTM

Duas falhas em trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na manhã desta quarta-feira (8) causaram transtornos aos passageiros da linha 11-coral (Guaianases-Estudantes), sentido Luz, por pouco mais de uma hora.

A primeira intercorrência ocorreu por volta das 7h na estação Dom Bosco, que suspendeu a circulação dos trens por cerca de 20 minutos, segundo a companhia. Às 7h20, houve uma falha em outra composição, agora, na estação Corinthians-Itaquera, que faz a interligação com a linha 3-vermelha do Metrô.

Após esperar por alguns minutos, os usuários na estação Corinthians-Itaquera começaram a descer das composições e a caminhar pelos trilhos, que não são eletrizados. Com isso, a circulação foi completamente interrompida entre as estações Guianases e Corinthians-Itaquera até as 8h10, quando os trens voltaram a circular.

Twitter/Diário da CPTM
Passageiros aguardam na plataforma o restabelecimento da circulação de trens da linha 11-coral da CPTM
Passageiros aguardam na plataforma o restabelecimento da circulação de trens da linha 11-coral

Para evitar mais tumulto, a companhia fechou as estações Guaianases, José Bonifácio, Dom Bosco e Corinthians-Itaquera. Durante o período de suspensão da circulação de trens, a companhia acionou o Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência) para realizar o transporte dos passageiros –cerca de 700 mil pessoas circulam pela linha 11-coral em dia útil.

A SPTrans (empresa municipal que administra o transporte público) informou que o sistema foi acionado por volta das 7h15 e encerrado às 8h05. Nesse intervalo, 58 ônibus da empresa Express Transportes foram disponibilizados para realizar o trajeto pela Radial Leste entre as estações Guaianases-Tatuapé.

A CPTM não soube informar as causas das duas falhas nas composições.

FALHAS MAIS FREQUENTES

Apesar das promessas do governo Geraldo Alckmin (PSDB) de modernização e melhoria nos trens da CPTM, as falhas se tornaram mais frequentes e as viagens descumpridas quase dobraram no intervalo de cinco anos.

Dados obtidos pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação mostram que as partidas programadas que deixaram de ser feitas pelos trens cresceram de 4,3% do total, em 2010, para 7,9% em 2015 –ano em que a companhia transportou mais de 831 milhões de passageiros. Na prática, quando uma viagem prevista não é cumprida, a espera dos usuários aumenta nas plataformas –podendo agravar também a superlotação nos vagões.

O número de partidas programadas também subiu nesse período, de 769 mil para 933 mil, provavelmente devido à compra de mais trens. A quantidade de viagens descumpridas, entretanto, cresceu proporcionalmente ainda mais –de 33 mil, em 2010, para 74 mil, em 2015.

Embora tenha adquirido novas composições e reformado estações nos últimos anos, a CPTM sofreu críticas por atrasos em investimentos de modernização. Diferentemente do Metrô, a empresa depende de recursos do Estado para manter sua operação –só no ano passado foram necessários quase R$ 1 bilhão em subsídios para compensar a diferença entre seus gastos e a tarifa que é paga pelos passageiros.

A CPTM atribui parte das viagens descumpridas às obras de modernização "intensificadas" a partir de 2011, elevando os intervalos em período de menor movimento.

CADÊ O TREM? - Percentual de viagens não cumpridas cresce 85% na CPTM entre 2010 e 2015

Viagens não cumpridas, em % - Houve um aumento de 85%


Endereço da página:

Links no texto: