Folha de S. Paulo


Menino muda depoimento sobre tiros de criança que foi morta pela PM

O menino de 11 anos envolvido no furto de um veículo que culminou na morte pela PM de outra criança, de dez anos, mudou seu depoimento inicial em nova declaração aos investigadores, nesta noite.

Segundo a nova versão, o menino morto teria dado os três tiros durante o trajeto –não tendo disparado nenhum após o carro ter batido. Nesse momento, os policiais atiraram.

Em depoimento prestado na madrugada, o menino de 11 anos teria confirmado que o colega, Italo, realizou dois disparos enquanto dirigia o carro e um terceiro após bater.

"Pelo depoimento, no final, ele não teria atirado. E sim a polícia. Naquele momento final não houve confronto", disse o advogado Ariel de Castro, que acompanhou o depoimento.

Os policiais teriam dado um tapa no rosto do sobrevivente e ameaçado matá-lo caso ele não o levasse até sua casa, segundo consta no novo depoimento. Por volta das 20h40, o menino e a mãe estavam discutindo a entrada no programa de proteção de testemunhas do Estado.

Os dois meninos já tiveram ao menos três ocorrências de roubo neste ano. Nos três registros policiais, eles não portavam armas.

Foram um roubo a uma bicicleta no parque do Ibirapuera, em janeiro, e furtos em um hotel, em abril, e a um condomínio. Este último no dia 28 de maio, quando eles quebraram o vidro de um veículo.

OUTRAS OCORRÊNCIAS

31.jan.2016
Os dois foram pegos tentando furtar bicicletas no parque Ibirapuera, com mais um colega de 11 anos. Não souberam informar contatos dos familiares, e guardas municipais foram encarregados de levá-los a um abrigo determinado pelo Conselho Tutelar

22.abr. 2016
Eles entraram em um hotel na zona sul de SP, reviraram quartos vazios e roubaram dinheiro, um celular, fritadeira, relógio, óculos de sol e três chapéus. Foram flagrados por um hóspede no corredor e levados pelo Conselho Tutelar

28.mai.2016
Também na zona sul, invadiram um condomínio, danificaram um carro, entraram em dois apartamentos e tentaram roubar um celular, mas uma moradora os viu. Foram novamente levados pelo Conselho Tutelar

PRISÕES DOS PAIS

Cintia Ferreira Francelino (mãe do menino morto)
> nov.2006: flagrante por tentativa de furto
> out.2007: flagrante por tentativa de furto
> dez.2007: flagrante por roubo
> set.2011: flagrante por furto
> dez.2014: procurada e capturada
> dez.2015: procurada e capturada

Fernando de Jesus Siqueira (pai do menino morto)
> ago.2009: flagrante por tráfico de entorpecente
> jan.2013: flagrante por tráfico de entorpecente e corrupção ativa

Mãe do menino de 11 anos que sobreviveu
> Não possui nenhum registro


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