Folha de S. Paulo


Júlia Dantas de Oliveira (1921-2016)

Mortes: Dinâmica e engraçada, mas sempre no controle

Júlia Dantas de Oliveira estava sempre planejando seus próximos encontros, cursos e viagens. Eram desde coisas simples, como tocar violão para pacientes em tratamento de câncer, até programas mais extravagantes como uma excursão para o Japão.

O espírito aventureiro e a vida dinâmica foram herdadas de seu pai, fazendeiro e desbravador do Norte do país.

Já a aventura de Júlia começou na adolescência, quando deixou a cidade potiguar de Santa Cruz e seguiu para Natal com as três irmãs mais novas. A ideia era ficar na casa de parentes para estudar na capital do Estado.

Lá, porém, conheceu Cândido, e não voltou mais. Foram 33 anos de casamento, até a morte dele, em 1973.

Dona de casa, era sistemática com os detalhes, exigindo que as coisas permanecessem do seu jeito. Gostava de cozinhar, costurar, pintar. Os cinco filhos lembram de que chamavam a atenção nas ruas pelas roupas idênticas que ela fazia para eles.

Quando viúva, ficou ainda mais dinâmica. Dedicou-se a encontros da igreja e da Liga de Combate ao Câncer, aprendeu a dirigir e começou a viajar. Conheceu a Argentina, a Europa, o Japão e a China.

Nem problemas de saúde conseguiam pará-la. Circulava com seu andador, brincalhona, pedindo seu "remedinho" para a ansiedade.

Fã de festas, fazia grandes comemorações, a cada cinco anos, para seu aniversário. Já planejava a deste ano, quando faria 95. Teria seu prato favorito: galinha caipira.

Morreu dia 22, aos 94, de causas naturais. Deixa três filhos, nove netos, duas irmãs, sobrinhos e seus dois gatos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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