Folha de S. Paulo


Clementino Fraga Filho (1917-2016)

Mortes: Médico dedicado, deu nome ao hospital da UFRJ

Clementino Fraga Filho não gostava muito de ver seu nome ao lado do grande letreiro do Hospital Universitário da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Apesar da indicação do reitor, da aprovação do conselho, não achava certo receber a homenagem ainda em vida. A quem perguntava dizia que o homenageado era seu pai.

O nome da entrada do prédio, no entanto, era apenas um detalhe diante da ligação que Clementino tinha com o hospital, com a universidade. Chegou quando ela ainda era chamada de Universidade do Brasil e continuou por mais de 50 anos, até se aposentar.

Nascido em Salvador, mudou-se para o Rio com apenas quatro anos, quando o pai, que também era médico, se tornou deputado federal.

Formado, Clementino logo se tornou professor assistente, depois livre-docente e catedrático. Já como reitor, retomou as obras do hospital universitário, após anos parada.

Apaixonado pela área de clínica médica, manteve os atendimentos mesmo aposentado da universidade. Parou só depois dos 90, devido ao mal de Parkinson.

Sério, Clementino nunca saía de casa sem vestir um terno, e jamais percorria o hospital sem seu avental branco.

Mesmo nas horas vagas, estudava e lia sobre medicina. Suas raras paradas eram para acompanhar jogos do Flamengo ou partidas de tênis.

Tinha na mulher, Zazá, sua grande companheira -até a morte dela, em 2013. Já os filhos e netos eram sempre reunidos nos almoços de sábado.

Morreu no dia 11, aos 98 anos, enquanto dormia. Deixa três filhos, cinco netos e quatro bisnetos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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