Folha de S. Paulo


Governo quer monitorar outros efeitos do zika em bebês sem microcefalia

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse nesta segunda-feira (23) em Genebra, na Suíça, que o governo irá monitorar todos os bebês com suspeita de terem tido infecção por zika na gestação para descobrir outras complicações possíveis do vírus.

Segundo ele, a medida deve se estender para todos os bebês cujas mães tiveram sintomas de zika na gravidez, mesmo aqueles cujo quadro foi descartado para microcefalia.

"Vamos acompanhar as crianças cujas mães apresentaram infecção pelo zika durante a gestação, inclusive as que não apresentam microcefalia, para detectar o surgimento de complicações neurológicas, oculares ou auditivas", afirmou, em discurso durante a Assembleia Mundial de Saúde.

O ministro não informou como deve ser feito esse acompanhamento. De acordo com o Ministério da Saúde, a ideia é definir um plano de trabalho conjunto com a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde).

O governo, porém, tem sido alvo de críticas pela dificuldade em classificar todos os casos de bebês com suspeita de microcefalia no país. Técnicos da pasta já admitiram o problema.

zika

Desde outubro de 2015, quando iniciaram as investigações, até 14 de maio, já foram notificados 7.534 casos de bebês com suspeita de microcefalia. Destes, 1.384 foram confirmados após exames apontarem alterações no cérebro que sugerem uma infecção congênita (de mãe para filho). Outros 2.818 foram descartados. O restante ainda está em investigação.

No evento, Barros disse ainda que as Olimpíadas devem ocorrer em um período de baixa transmissão de dengue, zika e chikungunya e que os jogos ocorrerão "de forma segura" para atletas e turistas.

Recentemente, a OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendou que mulheres grávidas evitem vir ao Brasil durante as Olimpíadas.

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