Uma equipe da Força Nacional de Segurança Pública irá desembarcar nesta segunda-feira (23) em São Luís (MA) para apoiar a polícia no combate à violência, após uma série de ataques a ônibus na capital maranhense.
O envio das tropas federais foi anunciado neste domingo (22) pelo governador Flávio Dino (PCdoB), em mensagem nas redes sociais. Ao todo, 128 agentes vão participar da operação.
Reprodução/TV Brasil | ||
Ônibus incendiado nesta semana em São Luís, capital do Maranhão |
Desde a última quinta-feira (19), 14 ônibus foram incendiados em ataques na capital do Estado e em outras três cidades vizinhas. Os ataques foram comandados por presos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.
Em 2014, a situação do presídio alarmou o país quando a Folha revelou uma série de decapitações comandadas por facções de dentro de seus muros, que eram filmadas pelos presos.
Em todos os casos dos incêndios dessa semana, segundo a Polícia Militar e depoimentos de testemunhas, os criminosos chegaram encapuzados, jogaram gasolina e atearam fogo nos coletivos, que ficaram parcialmente destruídos. Nenhuma pessoa ficou ferida.
Os ataques causaram medo na população, que evitou circular pela cidade. Na sexta-feira (20) e no sábado (21), o Sindicato dos Rodoviários do Maranhão determinou o recolhimento de todos os coletivos da cidade a partir das 20h30.
No sábado, comerciantes fecharam as portas no bairro Coroadinho, um dos maiores da periferia de São Luís, após ameaças de criminosos.
O governo do Estado montou uma força-tarefa para reforçar o policiamento nas áreas da capital e nas cidades vizinhas onde houve ataques. Desde quinta, 35 pessoas foram presas por suspeita de participação nas ações criminosas.
O comandante da Polícia Militar do Maranhão, Coronel Frederico Pereira, disse que serão adotadas ações emergenciais como a implantação de policiamento dentro dos ônibus.
Em vídeo postado pelo governo maranhense, o secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, afirmou que o efetivo policial está sendo reforçado.
"A intenção criminosa de querer fazer diminuir o controle do sistema prisional teve o efeito contrário para a marginalidade. O que fizemos foi aumentar a nossa operação", disse.