Folha de S. Paulo


Manifestantes e PM entram em confronto em protesto no centro de SP

A Polícia Militar e manifestantes entraram em confronto na região da praça da República, no centro de São Paulo, na noite desta quarta-feira (18).

O protesto é contra as reintegrações de posse sem aval da Justiça realizadas na última sexta-feira (13) em quatro ocupações, contra cortes nas merendas da escolas técnicas (Etecs) e na Educação federal e estadual.

O ato partiu da avenida Paulista no final da tarde e desceu a rua Consolação, em sentido à Secretaria da Educação, no centro. Segundo a PM, os oficiais responsáveis pelo policiamento ostensivo a pé foram atacados na avenida Ipiranga com pedras e rojões disparados por um grupo adepto da tática "black bloc".

Os policiais reagiram com cassetetes e a aplicação de spray de pimenta. Conforme o coletivo Mal Educado, um dos apoiadores da manifestação, seis estudantes foram detidos –a PM ainda não confirmou a informação.

ESCOLAS OCUPADAS

Na terça-feira (17), a última escola técnica que ainda estava ocupada pelos secundaristas foi desocupada. Os alunos reivindicavam melhor alimentação nas escolas, exigindo que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) fornecesse refeições em todas as 219 Etecs do Estado, que reúnem cerca de 213 mil estudantes. Antes das ocupações, 60 unidades ofereciam apenas merenda seca (kit com bolacha e bebida láctea e considerado pouco nutritiva), e outras 23 não serviam nada.

Pressionado, o governo anunciou em um primeiro momento que todas as unidades passariam a receber ao menos um kit com bolacha e, depois, prometeu distribuir refeições do tipo marmitex a partir do segundo semestre. A medida vai beneficiar 20 mil alunos do ensino técnico integrado –ao todo, são 52 mil matriculados.

Na última sexta-feira (13), a Polícia Militar fez reintegração de posse em quatro escolas ocupadas, sem o aval da Justiça. A medida veio após a Folha revelar que a gestão Alckmin havia liberado a prática.

Na Etec da Vila Leopoldina, os próprios alunos contrários à ocupação retiraram os estudantes do prédio. De quinta (12) a domingo (15), 12 escolas foram desocupadas.


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