Folha de S. Paulo


Motoristas de ônibus ameaçam fechar terminais por 2 h nesta quarta em SP

Motoristas e cobradores de ônibus ameaçam fechar por duas horas os principais terminais de ônibus da capital paulista, nesta quarta-feira (18), em protesto por reajuste salarial. Segundo o Sindmotoristas (sindicato da categoria), a paralisação está programada para ocorrer entre as 10h e as 12h.

Os motoristas e cobradores reivindicam reajuste de 5%, além da correção da inflação, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 2.000, convênio médico gratuito, seguro de vida e auxílio funeral. A SPUrbanuss (sindicato patronal), no entanto, ofereceu reajuste de 2,31% no salário e no ticket refeição da categoria.

Segundo o presidente do sindicato dos motoristas, Valdevan Noventa, o fechamento poderá atingir todos os terminais da cidade, afetando também os principais corredores. Ele disse ainda que uma nova paralisação já foi marcada pela categoria para quinta-feira (19), das 14h às 16h.

Motoristas e cobradores já tinham ameaçado uma paralisação na última sexta (13), que acabou cancelada após reuniões de representantes da categoria com a prefeitura e alguns empresários de ônibus.

Bruno Santos - 25.ago.15/Folhapress
Corredor de ônibus da avenida Eusébio Matoso; categoria ameaça parar terminais nesta quarta
Corredor de ônibus da avenida Eusébio Matoso; categoria ameaça parar terminais nesta quarta

O sindicato patronal diz não ser possível dar aumento maior para a categoria sem que haja reajuste na remuneração das empresas. Elas questionam que, mesmo após o aumento da passagem de R$ 3,50 para R$ 3,80 no início deste ano, a administração não só manteve mesmos os mesmos subsídios como vem atrasando os repasses com frequência.

Como o reajuste dos trabalhadores ocorre sempre em maio, o SPUrbanuss já havia alertado a prefeitura que não pode arcar com o aumento pedido pelos motoristas. A gestão Haddad nega que venha ocorrendo atrasos, mas busca negociar o reajuste com os trabalhadores com o argumento de que não há recursos para os valores exigidos.

Em 2015, a prefeitura transferiu às empresas algo em torno de R$ 1,7 bilhão em subsídios, valor que pode chegar a R$ 2,1 bilhões neste ano, mesmo sem o reajuste. Esses subsídios acontecem porque a tarifa paga pelos passageiros não é suficiente para cobrir os custos da operação, já que a administração tem que arcar com as gratuidades para idosos e estudantes, por exemplo.

Desde 2013, parte das empresas (que usa ônibus convencionais e articulados nos grandes corredores viários) atua por meio de aditivo de contrato. Outra parte –os antigos perueiros, que atuam com ônibus menores– trabalha sob contratos emergenciais, já que a licitação que deveria ter sido finalizada no ano passado foi suspensa por recomendação do Tribunal de Contas do Município.


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