Folha de S. Paulo


Novo ministro defende "multa severa" a quem mantém foco de Aedes aegypti

Pedro Ladeira-17.dez.2015/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 17-12-2015, 12h00: O presidente do senado e do Congresso senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ao lado do deputado Ricardo Barros (PP-PR), relator do orçamento, preside sessão do Congresso Nacional que deve votar o orçamento para 2016. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Ricardo Barros (PP-PR), ministro da Saúde empossado nesta quinta (12) para o governo de Michel Temer

Escolhido pelo presidente interino Michel Temer para assumir o Ministério da Saúde, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) defendeu "multas severas" a serem aplicadas pelas prefeituras a quem mantiver focos do mosquito Aedes aegypti dentro de casa. Ao comentar o avanço das epidemias de dengue, zika e chikungunya, Barros disse esperar que a pasta possa "eliminar rapidamente" o mosquito.

"Esperamos que possamos eliminar rapidamente o mosquito. Antes era dengue, passou a ser chikungunya, zika e poderá ser outro vírus no ano que vem. A população brasileira precisa nos ajudar. Especialmente os prefeitos aplicando multas severas aos cidadãos que têm foco de dengue em suas propriedades", disse, após cerimônia em que foi empossado no cargo.

Indicado pelo PP como forma de garantir o apoio da legenda ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, Barros disse que deve anunciar suas prioridades para o ministério nesta sexta-feira (12), após reunião com Temer.

Ele evitou comentar sobre a proposta de um novo imposto para obter recursos para a saúde, medida defendida pelos titulares anteriores da pasta. "Isso é com a área econômica", disse. E defendeu uma "melhoria da gestão". "Quando conseguirmos organizar a informação, vamos poder gastar melhor os recursos e produzir melhores resultados com o mesmo investimento que já é feito para a saúde", afirmou.

O novo ministro também disse que deve incentivar a participação de brasileiros no Mais Médicos, um dos principais programas da gestão de Dilma Rousseff na Saúde.

Editoria de arte/Folhapress
Clique para conferir os ministros de Michel Temer, presidente interino da República
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BIOGRAFIA

Formado em engenharia civil e empresário, Barros começou na política aos 28 anos, quando foi eleito prefeito de Maringá (PR) em 1989. Após o fim da gestão, assumiu o mandato de deputado federal, cargo que exerceu por cinco legislaturas e do qual deve se licenciar para assumir a Saúde.

Em todo seu período à frente da Câmara, porém, apresentou poucos projetos na área da qual agora será titular –na última legislatura, por exemplo, foram apenas dois, um para instalação de câmeras em UTIs e outro para instituir a Semana de Orientação sobre Gravidez na Adolescência.

Questionado pela Folha sobre a falta de experiência para assumir uma área técnica, tentou rebater as críticas. "Pode ter certeza de que o resultado será maravilhoso", afirmou.

Na Câmara, Barros foi relator do Orçamento de 2016, ocasião em que gerou polêmica ao defender um corte de R$ 10 bilhões nos recursos do Bolsa Família, um dos carros-chefe da gestão do PT no Palácio do Planalto. Na época, defendeu a proposta alegando que havia denúncias de fraudes no programa.

Também votou contra a abertura de processo de cassação do mandato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). Barros é investigado em um inquérito sob suspeita de fraude em licitação para contratos de publicidade relacionados à prefeitura de Maringá na gestão de seu irmão, Silvio Barros. O caso corre em segredo de Justiça. Em outubro de 2015, o Supremo Tribunal Federal negou um pedido feito por sua defesa para que o processo fosse arquivado.

Recentemente, anunciou que iria protocolar uma PEC para acabar com as chamadas vinculações e indexações orçamentárias –medidas que levam ao direcionamento obrigatório de valores para saúde e educação.

É casado com Cida Borghetti, vice-governadora de Beto Richa no Paraná. Antes de ser confirmado no ministério, Barros dizia que iria assumir a secretaria de Planejamento no Paraná a partir de 2 de junho, no lugar do irmão, Silvio Barros, que deve deixar o cargo para concorrer à prefeitura de Maringá. Também já foi secretário de Indústria e Comércio no primeiro mandato de Richa.

Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti


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