O número de casos confirmados de bebês com microcefalia e outras alterações do sistema nervoso subiu para 1.326 no país.
Os dados são de boletim do Ministério da Saúde divulgado nesta quarta-feira (11), com informações contabilizadas até 7 de maio. Relatório anterior, com dados até 30 de abril, apontava 1.271 casos confirmados –aumento de 4% em uma semana.
Os casos confirmados estão espalhados em 484 municípios de 24 Estados mais o DF. Os únicos sem confirmações são Acre e Santa Catarina.
Apesar dos registros espalhados em diferentes pontos do país, o Nordeste, no entanto, ainda concentra a 90% dos casos confirmados, assim como 70% dos casos em investigação.
O boletim mostra ainda que, desde outubro de 2015, quando iniciaram as investigações, já foram notificados 7.438 casos de recém-nascidos com quadro suspeito de má-formação no cérebro.
Destes, cerca de metade já foram classificados após resultados de exames: 1.326 confirmados e 2.679 descartados. Os demais 3.433 permanecem em investigação.
Casos de microcefalia e relação com zika - Notificações até 7.mai.2016
A dificuldade de acesso aos serviços de saúde por famílias que moram no interior e o não comparecimento a exames já agendados são alguns dos fatores apontados pelas equipes técnicas como entraves para aumentar as confirmações.
Segundo o Ministério da Saúde, os casos são descartados após exames não demonstrarem alterações no cérebro dos bebês ou apontarem causas não infecciosas para o problema, como fatores hereditários.
VÍRUS ZIKA
Entre os casos confirmados, 205 tiveram resultado positivo para o vírus zika em exames. A pasta diz considerar, porém, que a maioria dos casos esteja ligado a uma infecção prévia na gestação pelo vírus, identificado no país em abril de 2015.
Nesta semana, o Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica em que reforça a orientação de uso de preservativos masculinos ou femininos em todas as relações sexuais –mas, agora, também como forma de evitar a transmissão do vírus zika.
A medida, que vale especialmente para gestantes, ocorre "após análise das evidências científicas disponíveis", que "apontam para um possível estabelecimento de vínculo causal entre o vírus zika e a transmissão sexual".
"A recomendação deve ser reforçada nas consultas individuais e nas ações em saúde sexual e saúde reprodutiva", diz a pasta no documento.
Além do uso da camisinha, a pasta orienta as gestantes a adotarem medidas que reduzam a presença do mosquito Aedes aegypti, tido como o principal meio de transmissão do vírus. Entre as medidas, estão a eliminação de recipientes com água parada, o uso de repelentes recomendados e de calças e camisas de manga comprida.