Folha de S. Paulo


Mortes provocadas por policiais de folga avançam 29% em São Paulo

O número de pessoas mortas por policiais de folga aumentou 29% em todo o Estado de SP no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2015.

Ao todo, foram 53 mortes praticadas por policiais civis e militares que reagiram a algum tipo de crime fora do horário de serviço, contra 41 casos desse tipo no primeiro trimestre do ano passado.

Os dados correspondem só a reações de policias a crimes, como roubo e tentativa de roubo, sem indícios de ilicitude por parte do agente. Casos com suspeita de ilegalidade, como, por exemplo, um crime passional, são contabilizados como homicídios e não entram nessa estatística.

NÚMEROS DA VIOLÊNCIA - Ocorrências registradas no primeiro trimestre no Estado de SP*

Considerando só casos envolvendo PMs, o número de mortes passou de 34 para 46, enquanto aquelas envolvendo policiais civis se mantiveram em sete nesse intervalo.

POLICIAIS MORTOS

Para a Polícia Militar, o salto pode estar relacionado ao aumento das mortes de PMs fora do horário de serviço.

"A predisposição dos bandidos em atentar contra a vida do policial pode provocar nos policiais uma necessidade de reação", diz o major Emerson Massera, 43, porta-voz da Polícia Militar de SP.

Segundo a corporação, 16 PMs de folga foram mortos entre janeiro e março deste ano, mais que o dobro dos seis casos registrados no mesmo período do ano passado.

O aumento surpreende a corporação, principalmente por interromper uma tendência de queda ocorrida desde 2012, quando houve uma onda de mortes de policiais.

Na avaliação da PM, crimes contra policiais têm uma característica comum: policiais estão sendo mortos durante assaltos. Quando o bandido descobre que sua vítima é um PM, trata de assassiná-lo.

Mas, ao contrário das mortes provocadas por PMs de folga, os óbitos causados por policiais em serviço caíram no primeiro trimestre.

No Estado, o número passou de 194, no ano passado, para 148 nos primeiros três meses deste ano, o que corresponde a queda de 24%. Na capital, a redução dessas mortes foi de 98 para 77.

O número de policiais mortos em serviço também caiu. Segundo dados PM, foram três óbitos, contra cinco registrados entre janeiro e março do ano passado.


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