Folha de S. Paulo


Ermínia Barizon Poloni (1917-2016)

Mortes: Metódica dona de casa que queria ser professora

Os horários, a limpeza e a organização das coisas eram fundamentais para a metódica dona Ermínia. Não admitia atrasos, chegava a limpar com cotonete frestas dos eletrodomésticos e sentava todo domingo no mesmo lugar na missa, mesmo que tivesse que tirar outro fiel do local. Deixou pronta até mesmo a roupa com que foi enterrada.

Nascida em Monte Alto (a 356 km de São Paulo), Ermínia Barizon Poloni era filha de imigrantes italianos e cresceu ao lado dos sete irmãos. Pequena, já gostava de estudar. Sonhava ser professora.

Queria concluir os estudos em São Carlos (a 232 km de São Paulo), mas era longe demais para que seu pai autorizasse. Ao invés disso, foi, aos 18 anos, para a pequena e recém-criada cidade de Poloni (a 487 km de São Paulo), com toda a família. Não se formou professora, mas virou uma espécie de substituta na escola local.

Casou-se com Vitório, filho de um dos fundadores da cidade e seu grande companheiro. Ficaram juntos por 72 anos, até a morte dele, há seis.

Dona de casa, não via os afazeres domésticos como uma obrigação -gostava deles. Mesmo quando passou a ter ajuda de empregados, preferia fazer ela mesma a lavagem das roupas, a arrumação da casa. Dos filhos, exigia o estudo. Tinha orgulho dos três terem feito faculdade.

Era conhecida pelos bordados e costuras, além do talharim que servia à família aos domingos. O prato era sempre acompanhado por frango ou pelo bife feito na sua panela de ferro.

Morreu dia 24, aos 98 anos, após uma embolia. Deixa um filho, duas noras, dois netos, três bisnetas e as amigas.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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