Folha de S. Paulo


Para Defesa Civil, explosão que matou cinco no Rio poderia ter sido evitada

Explosão em prédio no Rio

O subsecretário de Defesa Civil do Rio Márcio Motta disse nesta terça-feira (5) que a explosão que matou cinco pessoas no conjunto habitacional Fazenda Botafogo poderia ter sido evitada.

"É uma tragédia que poderia ter sido evitada. Tenho escutado de moradores que já haviam reclamações sobre vazamentos de gás. A CEG [companhia que distribui o gás] vai ter que responder sobre isso" afirmou.

A explosão ocorreu na madrugada desta terça-feira (5), deixando cinco mortos e nove feridos, em um dos 86 edifícios do condomínio. Moradores dizem que fizeram diversas reclamações à companhia distribuidora, mas o cheiro de gás permanecia.

No conjunto, o gás é encanado, distribuído por meio de tubulação.

O subsecretário de Defesa Civil disse que os moradores estão sendo atendidos pela prefeitura. Alguns estão sendo autorizados a buscarem roupas, remédios e documentos.

Vazamento de gás

SEM RISCO

Ele descartou o risco de desabamentos.

"Fizemos uma análise e não há risco de desabamento iminente. Os apartamentos mais atingidos foram no primeiro andar. No segundo andar alguns vidros e portas foram quebradas, mas danos estruturais só no primeiro andar" declarou o subsecretário.

Segundo a Defesa Civil, porém, todos os 40 apartamentos do edifício estão inabitáveis neste momento. Apartamentos de edifícios vizinhos também foram danificados, mas os moradores não terão que deixá-los.

A Polícia Civil realiza perícia no local para identificar em qual apartamento aconteceu a explosão e, terminada a perícia, os moradores poderão entrar no prédio para coletar bens essenciais, como documentos.

Em seguida, aqueles que desejarem serão encaminhados para um hotel.

A Agenersa (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Rio) abriu procedimento para apurar a responsabilidade da CEG no caso. O órgão solicitou o histórico de visitas técnicas ao edifício e vai solicitar cópia do laudo com os resultados da perícia.

Se as análises técnicas apontarem que a empresa é a responsável pela explosão, ela poderá ser multada em até R$ 3,5 milhões, informou a agência.

Até o momento, a CEG se manifestou apenas por meio de nota oficial, na qual diz que ainda não é possível falar sobre as causas do acidente.

O Procon estadual abriu investigação sobre a responsabilidade da distribuidora no acidente.


Endereço da página:

Links no texto: