Folha de S. Paulo


Ida Moras Tranchesi (1926-2016)

Mortes: Uma matriarca especialista em tricô e capelete

As comidas de Natal na casa de Ida Moras Tranchesi não eram iguais à maioria das famílias, mas isso não quer dizer que não seguissem uma tradição -a sua própria.

Era capelete de carne com molho, crostoli, pequenos suspiros e sequilho de nata. Com o crescimento da família, chegava a fazer mais de mil capeletes à mão.

Nascida e criada na capital paulista, Ida teve uma infância simples e regrada ao lado dos pais e dos dois irmãos. Estudou para ser professora, mas seguiu a profissão apenas até os 22 anos, quando conheceu o cardiologista Bernardino, durante uma consulta de sua mãe. Acabou apaixonada pelo médico e, em pouco tempo, casada.

Viveram juntos por cerca de 20 anos, até a morte prematura de Bernardino. Sozinha e com quatro filhos, Ida teve que se adaptar à nova situação. Vendeu a fazenda da família e mudou hábitos para conseguir encaixar as despesas na pensão do marido. Conseguiu formar os filhos e manter a família sempre unida, seu maior orgulho.

Sem voltar a dar aulas, se ocupava com costuras e tricô. Com o tempo, porém, profissionalizou o hobby. Continuou a fazer enxovais para os netos e bisnetos, mas suas peças também passaram a ser vendidas na famosa butique Daslu. O dinheiro que ganhava acabava virando presente para os filhos no Natal.

Morreu no dia 26 de fevereiro, aos 89 anos, em decorrência de uma parada cardíaca. Deixa uma irmã, três filhos, 11 netos e 13 bisnetos.

A missa de um mês será na segunda (28), ao meio-dia, na igreja Nossa Senhora do Brasil, no Jardim Paulista.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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