Folha de S. Paulo


Após chuvas fortes, Defesa Civil interdita 55 casas no Rio

Após semanas em que a chuva castigou o Rio, causando cinco mortes apenas neste mês, peritos da Defesa Civil concluíram neste sábado (19) vistoria em 414 imóveis em áreas de risco e interditaram 55 com risco de desabamento, em diversas favelas da cidade.

A maioria das interdições ocorreu no complexo de favelas do Turano, na zona norte, onde houve registro de desabamentos e alguns imóveis apresentaram rachaduras.

As casas da região com problemas em sua estrutura foram construídas em área de encosta, de acordo com Gilson Rodrigues, presidente da associação de moradores da favela da Matinha, uma das que compõe o complexo.

"Tem casas que já haviam sido notificadas desde 2010", disse Rodrigues, lembrando de outro período –abril de 2010– em que a cidade passou por sérios problemas por causa da chuva, com dezenas de pessoas mortas em razão de desabamentos, inclusive no Turano.

Mesmo notificadas para que se retirassem dos imóveis, algumas famílias não têm para onde ir e continuam expostas ao risco. "Reassentaram um grupo bom de pessoas desde 2010, mas precisam reassentar os que ainda estão em área de risco", afirma o líder comunitário.

No plano estratégico de metas da prefeitura, lançado pelo prefeito Eduardo Paes em 2012, constava a promessa de que, até o fim de 2016, nenhuma família estaria vivendo em área de alto risco, em encostas.

A meta, no entanto, foi revisada no início deste mês: a prefeitura incluiu o projeto de reassentamento das famílias que vivem em encostas em seu novo plano estratégico, cujas iniciativas devem ser realizadas entre 2017 e 2020.

SIRENE

O Turano é uma das comunidades que fazem parte do sistema de monitoramento implementado pela prefeitura, que usa sirenes para avisar aos moradores quando há risco de desabamento por causa de tempestades.

Para Rodrigues, a medida não é suficiente. "Acidente não manda recado. Vai ter dia em que vai ter risco e a sirene não vai tocar."


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