Folha de S. Paulo


Morador de sobrado que desabou em Mairiporã promete 'nunca mais voltar'

"Não volto mais para cá. E o trauma de saber que tantas pessoas morreram aqui?", diz Antônio Carlos da Cunha, dono do imóvel de três pavimentos que desabou com as chuvas da última quinta-feira (10), em Mairiporã, na Grande São Paulo.

O município foi um dos locais castigados pelas fortes chuvas ocorridas nesta semana. O temporal deixou ao menos 20 pessoas mortas, além de pessoas desabrigadas e desalojadas (na casa de familiares ou amigos).

"Eu morava no andar do meio com a minha mulher", conta Cunha. A família soterrada morava no piso de cima, de aluguel. A família, que era do Guarujá, cidade do litoral paulista, morava havia alguns meses no local, mas deveria ter se mudado na quarta (9).

Como acontecem os deslizamentos

Com lágrimas nos olhos, Cunha lembra com agonia os momentos que passou. "Ouvi o estalo de uma árvore e quando sai para ver o que era recebi a terra na cabeça. Minha mulher ficou presa num bolsão pela terra. Chamei quatro vezes o nome dela e nada. Foram os vizinhos que salvaram ela viva."

Segundo Cunha, a cachorrinha deles também está perdida, provavelmente morta, sob a terra que deslizou.

No fim da manhã deste sábado (12), houve uma pequena alegria. Os bombeiros acharam a chave do carro de Cunha. Mesmo com a peça enlameada, o carro funcionou.

A tragédia vista do alto

Nível de chuva por cidade - das 16h do dia 10 às 16h do dia 11 de março

Chuva em SP


Endereço da página:

Links no texto: