Folha de S. Paulo


Mafioso da Camorra preso no Brasil é extraditado para a Itália

O italiano Pasquale Scotti, 57, acusado de integrar a organização mafiosa Camorra, nos anos 1980, embarcou para a Itália na tarde desta quarta-feira (9) em um voo comercial da companhia Alitalia. O avião com destino a Roma decolou às 16h30 do aeroporto internacional do Galeão, no Rio.

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu pela extradição em 20 de outubro passado a partir de um pedido do ministro da Justiça italiano, Andrea Orlando.

Nesta quarta (9), Pasquale Scotti deixou Brasília acompanhado por um delegado e dois agentes da Polícia Federal. Por volta das 14h, o mafioso foi entregue aos policiais da Interpol na Itália ainda dentro do aeroporto do Galeão. A sua chegada a Roma está prevista para a manhã desta quinta-feira (10).

Polícia Federal/Reuters
O mafioso italiano Pasquale Scotti, que foi extraditado hoje para a Itália
O mafioso italiano Pasquale Scotti, que foi extraditado hoje para a Itália

Scotti foi preso em 6 de maio de 2015 pela Polícia Federal do Brasil em uma operação conjunta com a Interpol da Itália. Ele vivia no Recife (PE) desde meados da década de 1980 com o nome falso de Francisco de Castro Visconti.

Segundo depoimento de Scotti, tanto sua mulher brasileira quanto seus dois filhos, de 10 e de 15 anos de idade, não sabiam de seu vínculo com a máfia. De acordo com os papéis entregues em agosto pela Itália ao STF, Scotti foi condenado à prisão perpétua.

Ele é acusado de autoria ou coautoria de 21 assassinatos entre 1982 e 1983, período de guerra entre mafiosos de Nápoles. Foi preso em dezembro de 1983 e em 1986 escapou da detenção. No mesmo ano, entrou no Brasil, adquiriu documentos falsos e se estabeleceu no Recife. Casou-se e teve dois filhos.

O procurador Maurizio de Lucia, da Divisão Antimáfia da Itália disse por email à Folha que não teme vingança contra Scotti pela segurança das prisões italianas: "Scotti foi um grande chefe da máfia e tem conhecimento de muitos segredos da Camorra, especialmente, onde ele investiu o dinheiro e quem protegeu sua fuga. Por isso, receberá uma atenção especial".


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