Nascido em Praga e com coração baiano, o jornalista Sergio Costa tinha alma carioca. A descrição da origem inusitada era acompanhada com a alegria de quem sabia fazer sorrir. Na noite de domingo (6), aos 55 anos, foi vítima de infarto e morreu em casa, em Salvador, na Bahia.
Grande criador de capas e manchetes, o diretor-executivo do "Correio" deixou a marca de sua personalidade em sua última contribuição, sexta (4), dia do depoimento de Lula na Polícia Federal.
"Perguntou qual seria o título da capa. Então sugeriu: 'É Lula lá na PF' [referência ao antigo jingle de campanha do petista]. Foi a última capa que ele fez", conta Oscar Valporto, editor-chefe do jornal.
Costa reinventou o "Correio", que assumiu a liderança do mercado local e por seis vezes chegou à final do prêmio Esso. Na Folha, foi coordenador de produção da sucursal do Rio de 2005 a 2009.
O jornalista tinha um perfil apaziguador, definiu o amigo Fernando Molica. "Ele dava sempre um jeito de baixar a bola dos amigos angustiados", lembra.
"Sergio tinha o dom das palavras, o dom para encontrar soluções. Tinha uma capacidade de olhar no olho do repórter e saber ouvir", disse Rachel Vita, viúva de Costa.
"O humor era a fonte do seu talento", escreveu em rede social o jornalista Alexandre Freeland. Costa tinha um talento especial ao tratar o chamado jornalismo popular, como lembrou Mario Magalhães em seu blog. "Ele sabia fazer jornal para o leitor."
Deixa três filhos: Gabriel, Pedro e Julia. O velório no Rio será nesta terça (8), às 14h, no Memorial do Carmo, Caju. A cremação ocorrerá às 17h30.