Folha de S. Paulo


Testes em larga escala de vacina contra zika iniciam daqui 18 meses, diz OMS

Martial Trezzini/Efe
Marie-Paule Kieny durante coletiva sobre o vírus da zika na Genebra
Marie-Paule Kieny durante coletiva sobre o vírus da zika na Genebra (Suíça)

A OMS (Organização Mundial da Saúde) informou nesta sexta-feira (12) que os testes clínicos em larga escala de vacinas contra o vírus da zika não devem começar em menos de um ano e meio.

"Apesar deste cenário encorajador, não irão ocorrer testes (clínicos) em grande escala de vacinas em menos de 18 meses", disse vice-diretora da OMS encarregada do departamento de Sistemas de Saúde e Inovação, Marie-Paule Kieny.

A organização disse ainda que ao menos 15 empresas e grupos desenvolvem atualmente pesquisas na aérea. Kieny acrescentou que duas candidatas à vacina estão em um estágio mais avançado: uma desenvolvida pelo Instituto Nacional para Saúde dos Estados Unidos e outra da empresa farmacêutica Bharat Biotech, na Índia.

A declaração da OMS é mais cautelosa do que a do governo brasileiro. Nesta quinta-feira (11), o ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse que uma parceria firmada entre o Instituto Evandro Chagas, no Pará, e a Universidade do Texas, nos Estados Unidos, possibilitará que a vacina contra a zika seja desenvolvida em até 12 meses.

Após essa etapa, a vacina ainda precisa passar por testes clínicos para, em seguida, começar a ser produzida e disponibilizada à população. Essa fase deve durar mais dois anos, totalizando três anos para que todo o processo seja concluído.

Vírus da zika

MICROCEFALIA

A diretora da OMS disse que a organização acredita cada vez mais na probabilidade da relação entre o vírus da zika com casos de microcefalia e da síndrome de Guillain-Barré, mas ressaltou que a confirmação científica deve ocorrer dentro de quatro a oito semanas.

Mosquito do Medo

"Temos algumas poucas semanas para ter certeza da causalidade, mais a ligação entre zika e síndrome de Guillain-Barré é altamente provável", disse Kieny.

O Brasil é o país mais afetado pelo surto da zika, com mais de 1,5 milhão de infectados e três mortes confirmadas. Nesta quinta (11), a Venezuela também confirmou três mortes por complicações de saúde ligadas ao vírus.

O surto se espalhou rapidamente pela América Latina e levou a OMS a decretar emergência sanitária mundial por causa do elevado número de casos de microcefalia e outras complicações neurológicas no Brasil, possivelmente relacionados à zika.


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