A contribuição de Adalmiro Dellape Baptista para a formação de uma indústria farmacêutica que hoje pode se considerar robusta no Brasil começou em 1965.
Foi quando, ao lado de Victor Siaulys e Antônio Gilberto Depieri (outros dois representantes de vendas que conheceu na farmacêutica Squibb), ajudou a criar a Prodoctor, distribuidora de medicamentos.
O entusiasmo pelo setor avançou, levando o trio a desejar ter seu próprio laboratório. Em 1966, compraram o Aché do médico Phillipe Aché. E foi com esse nome francês do antigo dono que construíram um dos maiores laboratórios do Brasil.
O Miro, como era conhecido pelos colegas, foi uma referência, um ídolo de uma geração de representantes de vendas que ao longo de mais de meio século acompanharam sua trajetória.
"Eles eram os propagandistas que se tornaram donos de laboratório. Isso era um sonho para todos nós na década de 70 e o Miro virou esse exemplo por ser uma pessoa que tinha uma clareza de pensamento e uma sabedoria para lidar com as pessoas. Era um verdadeiro líder", diz Odnir Finotti, presidente da farmacêutica Bionovis.
O reconhecimento do setor o acompanhou durante seus mais de 50 anos de atuação. Em 2008, foi agraciado com alta honraria do segmento, o Colar Cândido Fontoura do Mérito Industrial Farmacêutico pelos serviços prestados.
Morreu no dia 30, aos 82 anos. A família não divulgou a causa da morte. Deixa a mulher e cinco filhos. Era o último dos fundadores do Aché ainda vivo –Depieri e Siaulys morreram em 2009.
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