Folha de S. Paulo


Dilma quer integrar América Latina no combate ao vírus da zika

A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira (2) que os países da América Latina formem uma frente de combate ao vírus da zika, suspeito de ser o responsável pelo surto de microcefalia no país.

Em discurso após encontro com o presidente da Bolívia, Evo Morales, a petista ressaltou a necessidade dos países trabalharem juntos e ressaltou que a queda nos casos de microcefalia é uma "tarefa coletiva" dos países da América Latina.

"Há a necessidade de trabalharmos juntos para combater o mosquito, evitando sua proliferação. É uma tarefa necessariamente coletiva de todos os países da América do Sul e da América Latina", disse.

O presidente da Bolívia também pregou o envolvimento dos países do Mercosul no combate ao mosquito vetor e ressaltou que o país sul-americano também registrou casos recentes de zika vírus, mas em uma escala menor que a brasileira.

"Nós precisamos trabalhar juntos e com o Mercosul para enfrentarmos conjuntamente o zika vírus", defendeu o boliviano.

Em sua fala, a presidente defendeu a adesão da Bolívia como membro efetivo do Mercosul e disse que a entrada do país aumenta a participatividade e fortalece o propósito energético do do bloco econômico "para eliminar barreiras comerciais e aprofundar a integração sul-americana".

Editoria de Arte/Folhapress

AFAGOS

A presidente defendeu a ampliação da relação comercial entre os dois países e elogiou o governo de Evo Morales. Segundo ela, ele aprofundou a distribuição de renda e aumentou o crescimento econômico.

Ao brindar a visita do presidente boliviano, no Palácio do Itamaraty, Dilma elogiou avanços conquistados no governo de Morales, e afirmou que o presidente levou "desenvolvimento social, estabilidade política e desenvolvimento econômico" ao país vizinho.

"O Brasil acompanha os avanços que sob sua liderança a Bolívia tem logrado nos últimos anos. [Evo Morales] faz a democracia boliviana uma história de sucesso em nossa região", disse a presidente. Neste mês, o país fará um referendo para decidir se o presidente Evo Morales, no poder desde 2006, poderá concorrer ao quarto mandato seguido.

Para Dilma, os dois países vivem um "momento particularmente positivo" citando como exemplo agenda em comum na área de energia. Em 2013, Brasil e Bolívia passaram por uma crise após a vinda do ex-senador boliviano Roger Pinto Molina ao país, organizada pelo então encarregado de negócios na embaixada brasileira em La Paz, Eduardo Saboia.

Dilma ainda convidou Morales a participar da abertura dos jogos olímpicos no Rio, em agosto e lembrou, sem seu discurso, o cenário desfavorável na economia internacional, citando a China como exemplo e o fim do "superciclo das commodities".

O presidente boliviano também adotou tom elogioso sobre a petista. "Nunca me senti abandonado, nem por Lula, nem por Dilma, nem pelo povo brasileiro", disse.


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