Folha de S. Paulo


Ibama diz que plano da Samarco para recuperar rio é genérico e superficial

O Ibama, instituto de meio ambiente do governo federal, rejeitou o plano entregue pela mineradora Samarco na semana passada para a recuperação do rio Doce, atingido pela lama da barragem da empresa que se rompeu em novembro de 2015.

A mineradora, que pertence à Vale e à anglo-australiana BHP Billiton, havia protocolado em 18 de janeiro na superintendência do órgão federal em Belo Horizonte um estudo em que levantava o impacto da destruição ao longo do curso do rio e propunha ações de recuperação.

Com a tragédia no ano passado, cerca de 40 bilhões de litros de rejeitos de minério foram lançados no meio ambiente. A lama chegou ao litoral do Espírito Santo. Peixes morreram e cidades que consumiam água do rio Doce tiveram de interromper a captação e o abastecimento, o que obrigou a Samarco a distribuir água mineral para moradores.

O Ibama encontrou uma série de falhas no documento. O levantamento dos danos e as ações propostas foram considerados genéricos e superficiais, com pouca fundamentação metodológica e científica. O estudo também não traçou metas com prazos definidos, o que dificulta o acompanhamento das ações, segundo o órgão de meio ambiente. A informação foi divulgada na noite desta quinta-feira (28) pelo "Jornal Nacional".

O órgão diz ter notificado a empresa para que ela reapresente um novo plano até o dia 17 de fevereiro. Ao "Jornal Nacional" a mineradora afirmou que discutiu previamente o estudo com órgãos e entidades ambientais e que vai incorporar os pontos levantados pelo Ibama pois considera o processo "dinâmico" e de "revisão permanente".


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