Folha de S. Paulo


Saga dos rios sujos se renova para próximas gerações de paulistanos

Juliana Russo
Ilustração mostra como será São Paulo do futuro de acordo com planos oficiais
Ilustração mostra como será São Paulo do futuro de acordo com planos oficiais

A reocupação das áreas ao longo dos rios faz ressurgir a saga da despoluição. No Tietê, ela já dura mais de duas décadas, sem data para terminar. Com pouco oxigênio na água, o trecho de cerca de 70 km que atravessa a capital paulista ainda é crítico.

Mas se o governo do Estado conseguir cumprir a meta de universalizar o saneamento até 2020, a saúde do rio tende a melhorar -e muito.

"Despoluir um rio como o Tietê é tarefa para no mínimo 40 anos. Não tem mágica, é preciso avançar no tratamento de esgoto", diz Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica.

Ainda que de forma lenta, o projeto de despoluição avança. Ao contrário do que ocorre num de seus principais afluentes, o Pinheiros.

O projeto de despoluição por tecnologia de flotação foi abandonado duas vezes, após consumir mais de R$ 160 milhões. Agora, o governo de São Paulo vê como saída lançar um edital buscando parceria público-privada para estação de tratamento de água na confluência dos dois rios.

LIXO

Em duas décadas, São Paulo vai aumentar os índices de reciclagem, deixará de enviar a maioria do lixo doméstico para aterros e terá tecnologias mais modernas para tratar seus resíduos. Até os condomínios poderão tratar seu lixo orgânico localmente.

Não é exatamente ficção: esses objetivos constam do conjunto de metas lançado em 2014 para atender à Política Nacional de Resíduos Sólidos, com um horizonte de 20 anos para a gestão do lixo.

"Se colocar em prática as ações, São Paulo estará na vanguarda", diz Carlos Vieira da Silva Filho, presidente da Abrelpe, entidade das empresas de limpeza pública e tratamento de resíduos.

Com a vida útil dos dois aterros sanitários que atendem à cidade chegando ao fim em no máximo dez anos, a busca de alternativas para dar destino ao lixo se impõe.

Ampliar a coleta seletiva e os índices de reciclagem é a aposta da prefeitura, que esbarra na baixa adesão da população. Separar o lixo corretamente e adaptar-se aos horários da coleta seletiva são as principais dificuldades.

Outro desafio é o que fazer com o lixo eletrônico, como computadores, TVs e celulares no fim de sua vida útil. Hoje apenas uma cooperativa, a Coopermiti, no bairro da Casa Verde, está credenciada a reciclar esses materiais.


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