O vírus da dengue se espalhou pela Argentina e chegou a cidade de Buenos Aires, onde os primeiros sete casos da doença foram confirmados nesta semana.
No país, cerca de 1.100 pessoas já foram contaminadas. No mesmo período de 2015, eram 94 casos notificados e três confirmados.
A proliferação do vírus deixou o governo em alerta. Nesta quarta-feira (20), o ministro da Saúde, Jorge Lemus, afirmou que a situação é "preocupante", principalmente por causa dos surtos registrados no Brasil e no Paraguai.
Até agora, a maioria dos casos argentinos é de pessoas que estiveram em um desses países e voltaram com a doença, mas já há o registro de casos autóctones (adquiridos no local) em pelo menos três províncias.
Na província de Buenos Aires, oito foram confirmados –três deles na cidade de Quilmes (pouco mais de 20 quilômetros ao sul da capital). O governo da região decretou situação de alerta.
As províncias mais afetadas são Formosa, que faz fronteira com o Paraguai, e Misiones, limítrofe com o Brasil, onde uma morte está sendo investigada.
A professora aposentada María Nolasco, de 60 anos, morreu no domingo (17) provavelmente de dengue hemorrágica. Ela estava internada no Brasil, em Foz do Iguaçu, porque os hospitais de Porto Iguaçu (do lado argentino da fronteira) estavam todos lotados.
O governo também está acompanhando a evolução dos casos de zika em Santa Catarina, Estado que deverá receber mais de 1 milhão de argentinos nesta temporada. A doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da febre chikungunya e da dengue.
O chefe de gabinete do Ministério da Saúde da província de Buenos Aires, Roberto Chuit, disse à Folha que o governo não desaconselha viagens ao Brasil.
"Só alertamos para que sejam tomadas todas as precauções e utilizem repelente, principalmente as grávidas."
Desde 2009, a Argentina não registra uma epidemia de dengue. Naquele ano, foram 26,9 mil pessoas infectadas e cinco mortes.